segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Resenha: As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky


Título: As Vantagens de Ser Invisível
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Autor: Stephen Chbosky
Ano de lançamento: 1999
Ano de lançamento no Brasil: 2012
Editora: Rocco Jovens Leitores
Número de páginas: 224


Sinopse skoob:

Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.

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Eu acho que devo começar essa resenha falando que o livro não foi nada do que eu imaginei. Não sei porque, mas desenvolvi um preconceito bobo em relação a ele e não tinha muito interesse em ler. Acho que parte da culpa é do filme, o que também é ridículo, já que não assisti.



 
Enfim, o negócio é que eu estava procurando um livro que já foi banido, e que estivesse aqui disponível e eu não precisasse comprar, e esse estava na lista – o tema de setembro do Desafio Skoob 2015 é justamente livros que já foram banidos. Acabei descobrindo que várias escolas americanas baniram As Vantagens de Ser Invisível por tratar da sexualidade de forma muito aberta. O que é, de certa forma, o mais interessante e o diferencial da obra.

Os adolescentes precisam de livros assim para, quem sabe um dia, o assunto deixar de ser um tabu. Mas, ao invés disso, as escolas o proíbem. Grande ajuda...

Bom, para quem não sabe, o livro foi escrito em forma de cartas que o protagonista Charlie escrevia para alguém. Esse alguém é um desconhecido para nós e para ele. Ele quer falar e expor suas histórias justamente uma pessoa que não o conhece – ou pelo menos não sabe que o conhece, já que ele muda seu nome – e que vai ler e entender o que ele está sentindo.


Apesar de Charlie não ser muito bom no convívio social, ele consegue fazer novos amigos após seu melhor e único amigo se suicidar. Não, esse não é mais um livro sobre suicídio adolescente e esse fato acaba sendo só o gatilho para Charlie começar a escrever as cartas, mas o tema não é o foco da trama. Ele conhece Sam e Patrick e aí amplia seu círculo de amizades, sendo apresentado ao cigarro e à festas regadas à álcool e drogas.

A escrita do autor é muito fluida e simples e a leitura acaba sendo rápida e bem fácil. As cartas são curtas e isso ajuda no dinamismo da leitura.

Eu achei interessante que o livro tocou em vários pontos muito importantes, como a sexualidade, aborto, estupro, mas o problema foi que o autor não se aprofundou e não desenvolveu bem praticamente nenhum desses assuntos. O único tópico que foi relativamente mais bem desenvolvido foi a questão da sexualidade, mas ainda assim ficou uma discussão um pouco superficial. Os outros temas não passaram de pinceladas.

Sendo um livro para adolescentes – ou jovens adultos, como tem sido chamado – o bom desenvolvimento de certos assuntos é crucial para formar pessoas esclarecidas. Tudo bem que esses jovens podem procurar informações em outras fontes, mas porque não usar uma que atinge tantos? Já que tocou em um determinado assunto polêmico, desenvolva-o bem. Isso me desapontou bastante na obra.

O que o autor pecou em não desenvolver tão bem alguns pontos da trama, ele compensou no desenvolvimento dos seus personagens. Desde Charlie até os secundários, todos foram muito bem construídos. Você percebe que eles têm características e personalidades bem distintas e bem marcadas.

Em alguns momentos, Charlie me irritou um pouco com o jeito muito ingênuo e até meio bobo para um garoto de 15-16 anos, mas eu acabei deixando essa irritação de lado e, na maior parte do tempo, gostei do protagonista. Ele é extremamente emotivo – o que achei bem interessante, já que esses papéis costumam ser reservados às mulheres – e chora sem pudores, sem se preocupar se está sozinho ou no meio de muitas pessoas.

O tempo todo durante a leitura fica aquela impressão de que tem algo a mais em Charlie que ainda não foi mencionado. Ficamos na expectativa esperando quando vai realmente ser abordado o assunto e eu estava bem curiosa sobre o que seria. Quando finalmente chegou a hora, o autor gastou 2 páginas e meias palavras para discorrer sobre o assunto. Charlie não fala claramente sobre o que aconteceu e acaba ficando, mais uma vez, meio superficial a discussão proposta pelo autor.

Lendo outras resenhas pela internet, eu percebi que a maioria das pessoas se sentiu tocado e gostou muito da obra. Eu achei que alguns pontos foram bons, mas nada digno de se tornar um livro inesquecível para mim. Foi só mais um bom livro. Se você gosta do tema, acredito que vá gostar da obra, então vá em frente! ;)


Samy =)

4 comentários:

  1. Concordo que várias coisas podiam ter sido mais desenvolvidas, parece que o autor tentou falar de tudo mas não conseguiu aprofundar quase nada. Eu não tinha percebido a questão do problema do Charlie e fiquei bem frustrada no final, porque passa a imagem que todo "invisível' é assim por algum motivo, sendo que em alguns pontos eu me identifiquei bastante com ele. O final me decepcionou bastante, mas eu gostei muito mesmo assim. :)

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    1. Não tinha pensado por esse lado Marília. Da "necessidade" de colocar um motivo. Realmente. Eu achei que ele era assim por ser assim. Acharia mais "inclusivo". Principalmente porque o motivo foi muito mal desenvolvido quando apareceu.
      Como serviu pra um desafio, não foi perda de tempo. Mas eu achei fraquinho. :(

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  2. Faz tempo que quero ler este livro, pois vi o filme e tive a mesma impressão que os assuntos não foram bem desenvolvidos. Achei que no livro seria diferente!

    :*

    http://entrechasebonslivros.blogspot.com.br/

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    1. Infelizmente não foi Petryne. :-/
      Tem um potencial ótimo, mas não foi bem desenvolvido, para mim.
      :*

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