Resenha: Prince of Thorns – Mark Lawrence

Título: Prince of Thorns

Título Original: Prince of Thorns (The Broken Empire Trilogy)

Autor: Mark Lawrence

Ano de lançamento: 2011

Ano de lançamento no Brasil: 2013

Editora: DarkSide

Número de páginas: 360

Skoob

Sinopse skoob:

As estradas do Império Destruído. Um cenário abandonado há milênios pelos enigmáticos Construtores. É nessa nova era medieval que o Príncipe Honório Jorg Ancrath se vê obrigado a amadurecer para saciar seu desejo de vingança e poder. Jorg testemunhou o brutal assassinato da rainha-mãe e de seu irmão caçula, ainda criança. Jogado à própria sorte em um arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente sua pele, e sua alma. Quatro anos depois, o Príncipe dos Espinhos lidera uma irmandade de assassinos. E a única intenção é vencer o jogo. O Jogo que os espinhos lhe ensinaram.

 ______________________­_____|||_________________________

Honório Jorg Ancrath foi torturado. Sofreu um tipo diferente de tortura, já que os torturadores não tinham consciência do que faziam com ele. Mas isso não significa que eles não gostariam de fazê-lo, se soubessem que tinham a chance.

E depois o que sobra é o sofrimento. O sentimento e a necessidade de vingança. Sobreviver para se vingar. Se vingar para continuar vivendo.

O príncipe Jorg de Ancrath sofreu o pior tipo de tortura. Viu sua mãe e irmão caçula sendo assassinados, enquanto sofria, ele próprio, de dores inimagináveis nas mãos de uma roseira-brava. Será que ele não saiu de lá em auxílio aos seus por medo ou por incapacidade mesmo? Essa dúvida e culpa serão companhia constante do jovem rapaz que decide deixar a vida no palácio e seu pai frio, distante e calculista, em busca de vingança – mesmo que tenha apenas 10 anos. O conde de Renar iria sofrer. E Jorg não iria descansar até conseguir seu intento.

Descobri esse livro em 2013, quando apenas ele, da trilogia, tinha sido lançado. A capa me chamou muita atenção. Quando vi que não era brochura, mas capa dura, caí mais de amores ainda! Como sempre, fiquei aguardando o resto da trilogia ser lançada para começar a ler. Mal o último livro saiu e já corri para comprar.

Não é novidade para ninguém que a DarkSide tem sido a editora mais incrível dos últimos tempos, certo? Livros em capa dura, interior diferenciado, lombadas coloridas, fita como marca páginas em alguns livros. Lançamentos interessantes. Com a Trilogia dos Espinhos não foi diferente. Os livros estão maravilhosos por dentro e por fora.

Perdão pela foto meio desfocada. As vezes o celular dá uma trollada na gente e só percebemos quando é tarde demais.

Além disso, pensando em facilitar a nossa vida, a DarkSide mudou a fonte da narrativa quando se passava 4 anos antes e no presente. Achei isso bem legal. Adoro quando a editora pensa nesses pequenos detalhes. Mostra cuidado e carinho na confecção da obra.

No que diz respeito à escrita de Mark Lawrence, eu não sabia muito o que esperar, já que evitei ler muitas resenhas a respeito da trilogia. O que encontrei foi uma escrita poética e linda. Apesar de narrar fatos asquerosos e personagens duvidosos, Lawrence nos conquista com sua forma de contar a história de Jorg, nos fazendo acreditar que ainda há alguma coisa ali dentro que pode ser salva.

Jorg não foi criado para ser amado. Ele foi criado para ser adoravelmente detestável, até perverso. Ele sofreu na mão dos homens, por causa dos homens. E se tornou um canal de fazer os outros sofrerem também. Ele não liga para a honra, para a moral. Ele mata por prazer. Tortura para conseguir qualquer coisa que queira. Saqueia, queima. Seu coração endureceu. E ele quer fazer todos acreditarem que foi completamente e para sempre.

Quem não ama livros com mapas??? <3

Apesar disso, a maioria dos leitores criou uma afeição pelo garoto. Por que? Pena? Compaixão? Identificação? Não sei. Só sei que me lembrou muito a afeição sentida pelos leitores por Alex DeLarge, o asqueroso e adorável protagonista de Laranja Mecânica. Também nesse caso a maioria dos leitores gosta do personagem, apesar de ele ser desprezível – e eu estou incluída nessa conta.

Parando para pensar, acho que a narração em primeira pessoa ajuda, e muito, na identificação com o personagem, mesmo ele tendo atitudes mesquinhas e detestáveis – desde que seja um personagem bem construído e sem mimimi. Assim como Alex, Jorg conversa com o leitor. Expõe seus pensamentos mais sujos. E tenta não demonstrar fraqueza. Porque quem é fraco, perde o jogo. E ele vai vencer.

Não me decepcionei com o livro. Embora deva dizer que demorou um pouco até que eu me apegasse à obra a ponto de não poder largar. Eu esperava não conseguir soltar o livro desde o início da leitura, mas isso não aconteceu. Talvez o fato de ficar imaginando um garoto de 10 anos – e depois 14 – fazendo todas aquelas coisas, tenha me parecido um pouco forçado. Tudo bem que na época medieval os acontecimentos eram mais precoces, mas não gostei muito. Acharia mais fácil engolir se ele fosse mais velho quando começa a comandar uma trupe de bandidos da pior espécie.

Mesmo assim é um livro que merece muito ser lido! E que venha a coroa de King of Thorns!

Samy =)