Resenha: A Torre Acima do Véu – Roberta Spindler

Título: A Torre Acima do Véu

Autora: Roberta Spindler

Ano de lançamento: 2014

Editora: Giz Editorial

Número de páginas: 272

Skoob

Sinopse skoob:

Quando uma densa e venenosa névoa surge misteriosamente, pânico e morte tomam conta do planeta. Os poucos sobreviventes se refugiam no topo dos megaedifícios e arranha-céus das megalópoles.
Acuados, vivem uma nova era de privações e sob o ataque constante de seres assustadores, chamados apenas de sombras.
Suas vidas logo passaram a depender da proteção da Torre, aquela que controla os armamentos e a tecnologia que restaram.
Cinquenta anos se passam, na megacidade Rio-Aires, Beca vive do resgate de recursos há muito abandonados nos andares inferiores, junto com seu pai e seu irmão. A profissão, perigosa por natureza, torna-se ainda mais letal quando ela participa de uma negociação traiçoeira e se vê cada vez mais envolvida em perigos e segredos que ameaçam muito mais do que sua vida ou a de sua família.

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Gente, para tudo! Mais uma distopia nacional! Quando eu vi esse livro no stand da Giz na FLI aqui em BH fiquei bem empolgada! Primeiro porque achei a capa linda! Segundo, porque é uma distopia, gênero que adoro e que sempre me prende à leitura.

Você pode falar... Ahhhhh, mais uma distopia?? Pois é... pouca coisa inovadora tem surgido nessa área, concordo com você. Tem muita coisa “mais do mesmo” aí. Então porque ler essa especificamente?

Bom, o primeiro argumento que te dou é por ser nacional! Ok, não é a primeira distopia nacional a ser lançada no mercado, mas vamos combinar que não há tantas assim também, certo? Temos a trilogia Anômalos, o livro Cyber Brasiliana, assim como algumas outras mais antigas, mas acho que vale a pena dar mais uma chance à literatura nacional em um nicho pouco explorado aqui dentro.

Mais um argumento? Não tem romance!! Uhuuuuuul! *todas comemora*

Eu não tenho absolutamente nada contra romances. O problema é que o que mais vemos nas distopias por aí são triângulos amorosos, não é mesmo? E isso já me cansou, não cansou a vocês? Bom, aqui não temos isso. Tudo bem, temos uma leve indicação de um romance, mas não é muito desenvolvido e achei que ficou na dose exata para fugir do clichê visto nesse gênero.

Outro motivo para tentar te convencer? Aqui não há aquela divisão por facções, distritos ou seja lá como o autor da vez queira chamar. É uma sociedade mais parecida com a nossa, com um governo que tenta colocar ordem no pânico e manter os humanos na face da Terra. Existem diversas megalópoles, como a Rio-Aires, que é a que acompanhamos. Os países como conhecemos já não existiam mais. Como uma jogada econômica, agora existem blocos. A União Europeia, União Latino Americana,  União Norte Americana, Asian (e estou esquecendo os outros nomes, droga!). Isso tudo antes do apocalipse.

Repentinamente uma névoa começou a cobrir as cidades e nem as megalópoles escaparam. As pessoas que viviam nos aranha-céus e “mega-edifícios” se safaram, mas os que estavam em um nível mais baixo não sobreviveram.

A população que conseguiu sobreviver montou uma Nova Superfície acima do alcance da névoa e todos vivem no alto agora. Pontes ligam edifícios uns aos outros e os helicópteros são fundamentais.  Algumas das pessoas expostas de forma moderada à névoa desenvolveram habilidades especiais. A nossa protagonista é uma dessas pessoas e é uma saltadora. Consegue se equilibrar nas maiores alturas e fazer acrobacias da forma que a gente respira.

Durante toda a narrativa acompanhamos os personagens que se encontram na antiga ULAN (União Latino Americana). Todos falam portunhol que é a nova língua-oficial do bloco Latino Americano. Não sabemos o que aconteceu nos outros blocos, nas outras megalópoles.

Esse é mais um argumento para você ler. Aqui vamos acompanhando o fim do mundo e a reação das pessoas. Além das providências tomadas para tentar sobreviver nesse mundo diferente. Não vemos já o mundo todo formado e a sociedade remodelada. Vamos acompanhando esse remodelamento. Ou pelo menos pouco tempo depois de acontecer o remodelamento e as pessoas ainda tentam entender o que aconteceu. O que é essa névoa que dizimou a população?

"I-am-Groot!"

A escrita da Roberta é uma delícia e me conquistou totalmente. Gostei muito da construção dos personagens e me apeguei bastante a eles. Será que eu estava muito carente? Pois me apeguei até àqueles que não aparecem tanto assim e que foram feitos para não gostarmos deles. Vai saber...

A protagonista não foi uma dessas moças chatinhas que nos fazem perder a paciência. Pelo contrário, foi uma das protagonistas que mais gostei atualmente. Bem sensata, determinada e nem um pouco frágil. Humana, comente erros e acertos. Achei muito bem dosado, mais uma vez.

Claro que não é um livro perfeito. A sociedade foi bem explorada, mas existem alguns clichês, como o governo não ser tão bom quanto quer fazer parecer para a população em geral. Muitas coisas também foram pouco exploradas no decorrer da trama, como a própria névoa. Quando começa a desenvolver essa parte, o livro acaba. Não consegui achar nenhuma confirmação de continuação vindo por aí, mas o final ficou muito aberto para não haver nada. Não é uma simples falta de respostas, é um gancho mesmo para continuação, então acho que podemos esperar mais coisa vindo por aí!

Outro fator que achei pouco explorado foram os poderes adquiridos pelos Alterados. A autora explorou a modificação genética de apenas dois tipos, apesar de insinuar a existência de diversos outros. Acredito que será mais bem desenvolvida essa parte em um próximo volume.

Então é isso! Com esses argumentos conseguir te animar a ler o livro? Mesmo dando todos esses arugmentos, espero que não vão com taaantas expectativas, pois isso costuma ser um desastre e não queremos isso! No mais... boa leitura a todos!

Samy =)