quarta-feira, 1 de junho de 2016

Resenha: A Garota na Teia de Aranha – David Lagercrantz

Título: A Garota na Teia de Aranha
Título original: Det som inte dödar oss
Autor: David Lagercrantz
Ano de lançamento: 2015
Ano de lançamento no Brasil: 2015
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 472

Sinopse skoob (pode conter spoilers, leia por própria conta e risco!):

Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist estão de volta na aguardada e eletrizante continuação da série Millennium. Neste thriller explosivo, a genial hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist precisam juntar forças para enfrentar uma nova e terrível ameaça. É tarde da noite e Blomkvist recebe o telefonema de uma fonte confiável, dizendo que tem informações vitais aos Estados Unidos. A fonte está em contato com uma jovem e brilhante hacker - uma hacker parecida com alguém que Blomkvist conhece. As implicações são assombrosas. Blomkvist, que precisa desesperadamente de um furo para a revista Millennium, pede ajuda a Lisbeth. Ela, como sempre, tem objetivos próprios. Em A garota na teia de aranha, a dupla que já arrebatou mais de 80 milhões de leitores em Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo e A rainha do castelo de ar se encontra de novo neste thriller extraordinário e imensamente atual. David Lagercrantz nasceu na Suécia, em 1962. Jornalista, romancista e biógrafo premiado, Lagercrantz foi escolhido para continuar as aventuras de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.

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Quando surgiu a notícia que um outro autor sueco daria sequencia à série Millennium iniciada por Stieg Larsson eu fiquei muito ressabiada.

Eu sempre fico com o pé atrás quando autores escrevem usando personagens que não são seus – principalmente se o autor original foi considerado genial, como é o caso aqui. Por esse motivo, eu não criei nenhuma expectativa sobre esse Millennium #4. Se viesse coisa boa, seria lucro, mas se o novo autor estragasse totalmente o livro, eu já não estaria esperando nada mesmo, não seria uma grande decepção...


Quando eu vi que a esposa de Larsson não havia concordado com o livro e, consequentemente, não havia passado as anotações que o autor havia feito sobre as continuações, minha desconfiança só fez aumentar.

Isso piorou quando vi muita gente reclamando da Lisbeth de Lagercrantz, dizendo que ele distorceu a personagem original, deixando ela muito simpática e boazinha. Depois de ler o livro posso falar que não percebi muito isso.

O que vi foi uma personagem humana, brilhante, rabugenta e muito antissocial, assim como foi originalmente criada. Lisbeth continua odiando os homens que odeiam as mulheres e luta para que sejam punidos – mesmo que seja com suas próprias mãos. Em nenhum momento eu pensei “Lisbeth não faria isso”, assim como muita gente diz ter pensado. Bom, ela pode não ser exatamente a mesma Lisbeth de Larsson, mas seria uma tarefa hercúlea tentar fazer a personagem 100% igual à original.




No fim das contas, eu achei que ficou um resultado coerente com o que já tínhamos. Obviamente não ficaria igual, senão seria o Larsson escrevendo. Mas achei que fez jus ao que ele iniciou. Talvez ela tenha se mostrado um pouco mais “humana”, demonstrado minimamente mais os seus sentimentos. Mas como eu disse acima, claro que seria impossível que ficasse idêntica à personagem anterior. Mas as mudanças não me desagradaram.

Não sei se é porque eu não tinha expectativa nenhuma – como eu já disse –, mas a obra me surpreendeu de forma muito positiva. Claro que não podemos ficar comparando com as obras de Stieg Larsson, com as críticas impressionantes e a forma de mostrar o lado sujo de uma sociedade – a nórdica – que pensamos ser perfeita. Mas eu achei que Lagercrantz respondeu bem à responsabilidade que tinha em mãos. Não é mole suceder um autor tão aclamado em sua própria obra.

Um fator que achei um pouco exagerado foi a parte que diz respeito às cyber-invasões. Eu tive a ligeira impressão de ter sido too much, então passei o livro para o meu marido ler – ele é programador e tem uma leve noção do trabalho de hackers. Como eu imaginava, a comparação que ele fez foi “acho que isso aqui para um programador é igual o James Bond para um agente secreto, totalmente exagerado.”




Independente disso, se você é da área e lê com a mente aberta, ok. Quantas vezes eu preciso relevar coisas exageradas nos livros e filmes no que diz respeito à ciência e pesquisa? Hahaha

Eu gostei bastante do evoluir da trama, achei que ele levou em um ritmo bom. Colocar uma criança autista deu um toque todo especial e tem um certo aprofundamento no tema, o que achei bem interessante e ajudou a enriquecer a obra. A escrita do autor é muito boa e nos deixa presos à narrativa, assim como fiquei nos livros originais.

Enfim, as opiniões acerca desse volume estão bem divergentes, então se você é fã de Larsson e da Lisbeth – é possível não ser?? – vá com a mente aberta e sem expectativas, pois podem ser frustradas. Da mesma forma, você pode dar sorte e gostar, assim como eu! Agora é ficar na expectativa do próximo e ver se melhora para quem não curtiu esse #4.



Samy =)

2 comentários:

  1. Bom saber que o livro faz jus aos anteriores e aos personagens, mas ainda acho que não tinha a menor necessidade de continuar a série. Como não sou tão fã da série assim, esse eu passo.

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    Respostas
    1. Eu posso estar sendo fácil demais de agradar, mas curti sim! hehehehe
      E ainda foi pro desafio Volta ao Mundo! hahahaha

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