Resenha: Horas Noturnas – Bianca Carvalho

Título: Horas Noturnas

Autora: Bianca Carvalho

Ano de lançamento: 2014

Editora: EraEclipse

Número de páginas: 200

Skoob

Sinopse:

Inglaterra, 1863
Uma bela e delicada mulher com inteligência aguçada para investigação...
Um charmoso caçador de assassinos tornando-se lenda por eliminá-los com requintes de crueldade...
Um assassino que deixa charadas, com sede de sangue e um gosto peculiar por Edgar Allan Poe...

Três almas unidas com diferentes propósitos. Apenas uma chance de sobreviver...

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Há uns dias vi sobre esse livro em um blog e achei a capa linda, com uma sinopse que despertou a minha curiosidade. Fiquei surpresa ao receber um email da editora EraEclipse com a informação de que o livro estava disponível na íntegra no Wattpad. Era a minha chance de descobrir se minhas expectativas seriam atendidas.

No início o livro me lembrou bastante Sherlock Holmes. Primeiro o nome do detetive, Lestrange, me lembrou o inspetor Lestrade da Scotland Yard, que vez ou outra pede ajuda ao nosso querido detetive. Outra coisa que lembrou as obras de Conan Doyle é o fato de o investigador ser um detetive particular e não um policial propriamente dito – embora na obra de Bianca Carvalho, Lestrange seja um ex-policial.

O livro é uma mescla de romance policial, romance de época e suspense. Um tanto inusitado não? Foi justamente isso que me fez crer que seria um ótimo livro!

Maryanne Lestrange é o tipo de mocinha que tem tudo para eu gostar. Apesar da falta de originalidade na descrição da sua aparência, a autora conseguiu criar uma moça inteligente, sagaz, que não coloca as coisas supérfluas da vida em primeiro lugar e tem um coração lindo. Sua recusa em se casar para ser submissa ao marido é louvável! Adoro mocinhas assim!

Apesar disso tudo, Maryanne conseguiu me fazer não gostar dela. Durante a narrativa, o detetive Joseph Lestrange tenta passar a impressão de que a filha é madura, mas eu só conseguia ver uma menina mimada que quando queria uma coisa batia o pé no chão até conseguir – e sempre conseguia, independente do que o bom senso indicava. Acho que na tentativa de criar uma personagem feminina forte, a autora acabou exagerando e criando uma mimada e inconsequente. O que me incomodou não foi ela conseguir se inserir no caso – ela é a mocinha do livro, claro que participaria – mas a forma utilizada para conseguir o que queria me desagradou do início ao fim do livro.

Algo que me incomodou também foi o fato de a autora tentar enfatizar tantos os dotes "detetivescos" de Maryanne que acabou deixando todos os outros policiais – e até seu pai em algumas ocasiões – como burros, meio apatetados.

Aqueles que estão acostumados a ler romances policiais onde as pistas são mencionadas e exploradas, vão perceber que, embora as deduções da protagonista fossem todas corretas, não eram coisas brilhantes. Eram as primeiras evidências que todo perito percebe. Não estou tirando o mérito da moça, principalmente por ser uma civil e sem experiência, mas o que ficou meio forçado foi nenhum dos policiais perceber o que ela percebia e se impressionarem com deduções básicas.

É claro que posso estar sendo muito chata na minha análise aqui, mas estou tentando passar para vocês, o mais fielmente possível, o que senti durante a leitura. Também é bom ressaltar que estou em uma fase de ler muito policial, então o gênero está agarrado na minha mente. Posso estar fazendo comparações injustas, mas como disse, queria ser o mais fiel possível.

Uma parte que me cativou na sinopse foi o fato de o assassino deixar citações de Allan Poe na cena do crime. Achei que daria um charme a mais à trama, enriquecendo-a, mas acabou que essa parte foi pouquíssimo explorada, apenas existiu.

Confesso que fiquei curiosa para saber quem era o assassino e porque ele matava suas vítimas e até o fim do livro não consegui ter a menor pista de quem seria. Só que, diferente do que eu achei que iria acontecer, um enfoque maior foi dado à parte romântica da obra, como a personalidade de Maryanne, a sua vontade de sempre se envolver nos casos do pai e a parte amorosa. O caso em si ficou um pouco relegado a segundo plano. Isso não é uma desvantagem do livro, de forma alguma. Só foi uma desvantagem para mim, que esperava algo diferente do que encontrei.

Eu tinha altas expectativas a respeito desse livro e, talvez por isso, acabei me decepcionando. Não culpo o livro e sim a impressão errada que tive a princípio. Realmente esperava gostar muito da leitura, mas isso não aconteceu. A escrita da autora é muito envolvente e pretendo tentar novamente com outro livro dela, uma vez que meu problema foi realmente com a trama e com o jeito que a narrativa foi conduzida, não com a escrita em si.

Se você gosta mais da parte romantizada dos policiais do que da ação em si, esse livro é totalmente para você! Agora se você não quer saber muito de romance e quer um foco maior no mistério, pode ser decepcionar como eu.

Samy =)