Resenha: Boneco de Neve – Jo Nesbø

Título: Boneco de Neve

Título original: Snømannen

Autor: Jo Nesbø

Ano de lançamento: 2007

Ano de lançamento no Brasil: 2013

Editora: Record

Número de páginas: 420

Skoob

Sinopse skoob:

Considerado seu livro mais ambicioso pelo jornal inglês The Guardian e comparado a Silêncio dos Inocentes, de Thomas Harris, pelo The Times, Boneco de neve é o seu livro mais arrepiante.

No dia da primeira neve do ano, na fria cidade de Oslo, o inspetor Harry Hole se depara com um psicopata cruel, que cria suas próprias regras. O terror se espalha pela cidade, pois um boneco de neve no jardim pode ser um aviso de que haverá uma próxima vítima. No caso mais desafiador da sua carreira, Hole se envolve em uma trama complexa e mortal, com final surpreendente.

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Desde que vi a capa desse livro e li a sinopse fiquei bem curiosa! Romance policial é um dos meus gêneros favoritos, então minhas expectativas eram bem altas com o livro. Nunca havia lido nada do autor, mas muitas coisas que tenho lido dos nórdicos está me agradando muito, então esse foi mais um ponto que me fez acreditar que seria uma boa leitura.

Como acontece quase sempre em livros policiais, essa obra é parte de uma série que acompanha o investigador Harry Hole, da Divisão de Homicídios de Oslo. Como de praxe, ler os livros fora da ordem de lançamento não prejudica o entendimento da estória em si, mas vários fatos da vida pessoal de Hole são perdidos e ficamos por fora de algumas coisas. Esse foi o sétimo volume envolvendo o investigador. Aqui no Brasil os livros começaram a ler lançados a partir do 3^o e, mais uma vez, eu não consigo entender o motivo de as editoras fazerem isso. Já existem 10 livros lançados lá fora e aqui no Brasil o 8^o foi o último a ser lançado – lembrando que não temos o 1 e 2. Um ponto a favor da editora são as capas, maravilhosas!

O começo do livro pode ser considerado levemente chocante e parece meio perdido do resto da trama até começarmos a entender melhor o que está acontecendo.

A obra segue o estilo de capítulos alternados em diferentes anos, com um belo intervalo entre eles. Além disso, essa alternância de tempos não segue uma ordem cronológica. Começa em um ano, vai 20 para a frente, volta 5. Avança de novo. Isso faz com que tenhamos que ler com atenção para compreender as nuances que o autor quis deixar implícitas nessa mudança temporal. Muitas vezes eu precisei voltar nos capítulos anteriores para ter certeza de qual ano era o que eu tinha acabado de ler e ter em mente se o que aconteceria no próximo me explicaria o passado ou pularia mais para frente.

Vale a pena ressaltar que esse artifício de narração utilizado foi muito importante para que pudéssemos compreender perfeitamente o que aconteceu.

 
Harry Hole está tentando se livrar do alcoolismo e sempre mergulha de cabeça nas investigações às quais está envolvido. Quando recebe uma carta do auto-intitulado Boneco de Neve, ele não sabe se deve leva-la em conta ou ignorar e assumir que foi enviada por um lunático que não sabe o que está dizendo. Mas uma pulga atrás da orelha não o deixa em paz.

A partir daí vamos nos envolvendo com a investigação liderada por Hole, com ajuda de alguns outros investigadores, sobretudo Katrine Bratt, a novata da divisão. Alguns colegas de Harry o consideram bitolado por serial killers, então quando ele se envolve com a investigação atual, muito fazem chacota achando que está vendo chifre na cabeça de cavalo. Será que está mesmo?

Não posso falar o que penso sobre a forma que o Boneco de Neve escolhe as vítimas porque seria um início de spoiler, mas adianto para vocês que me deu raiva. Fiquei com vontade socar aquela cara de neve!

Achei os personagens muito bem estruturados, principalmente Harry, obviamente, e Katrine. O protagonista conseguiu me cativar mesmo eu discordando de várias de suas ações. No que diz respeito ao trabalho, é um investigador muito talentoso e honesto. Gostei dele de verdade.

Já as frases da capa e contra-capa me deram uma impressão bem errada do livro. Quero dizer... "Macabro e perturbador..." ele é, mas nem tanto assim. Já li vários muito piores nesse quesito, então não achei que fosse algo que valesse a pena ressaltar na capa, pois me deixou esperando mais.

"Diabolicamente complexo..." ok, ele é complexo e muito bem desenvolvido, mas eu consegui desvendar várias das “questões” bem antes de serem apresentadas as respostas. Não sei se era a intenção do autor, mas não foi nada muito surpreendente.

E por último "Tão arrepiante quanto O Silêncio dos Inocentes". Nunca li o livro em questão, mas já ouvi falar sobre e não achei uma comparação justa, uma vez que não achei Boneco de Neve tão arrepiante assim. Pode ser porque estou calejada de tanto ler policiais, mas não achei nada muito chocante. Então eu achei que escolheram frases muito impactantes para um livro nem tão distinto assim.

Resumindo... é um bom livro policial que vale a pena ser lido, mas que está longe de ser dos melhores que tem por aí, já que o assassino ficou um claro antes de ser anunciado e eu realmente gosto é de ser surpreendida. Sim, eu recomendo muito o livro. E sim, eu pretendo ler os outros livros do autor. Só não espere ser o melhor policial da sua vida. Pelo menos, não foi o da minha.

Samy =)