Resenha: Tem Alguém Aí? – Marian Keyes

Título: Tem Alguém Aí?
Título original: Anybody Out There?
Autora: Marian Keyes
Ano de lançamento: 2006
Ano de lançamento no Brasil: 2012
Editora: Bertrand Brasil
Número de páginas: 602

Skoob

Sinopse skoob:

Anna Walsh é um desastre ambulante. Ferida fisicamente e emocionalmente destruída, ela passa os dias deitada no sofá da casa de seus pais em Dublin com uma ideia fixa na cabeça: voltar para Nova York.
Nova York é onde estão seus melhores amigos, é onde fica o Melhor Emprego do Mundo®, que lhe dá acesso a uma quantidade estonteante de produtos de beleza, mas também, e acima de tudo, é a cidade que representa Aidan, seu marido.
Só que nada na vida dela é simples...
Sua volta para Manhattan se torna complicada não só por conta de suas cicatrizes físicas e emocionais, mas também porque Aidan parece ter desaparecido.
Será que é hora de Anna tocar sua vida pra frente? Será que ela vai conseguir (tocar a gente sabe que sim; o negócio é pra frente)?
Uma série de desencontros, uma revelação estarrecedora, dois recém-nascidos e um casamento muito esquisito talvez ajudem Anna a encontrar algumas respostas. E talvez transformem sua vida... para sempre.

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Confesso que não sou uma super adepta do chick-lit não, mas gosto bastante dos livros da Marian Keyes. Costumam ser bem engraçados e fáceis de ler, sem personagens que me irritam do início ao fim do livro – o que não significa que elas não consigam me irritar às vezes. Estava com esse livro na estante há mais de 2 anos e aproveitei que o desafio Obverso Books pedia um livro do gênero que menos li ano passado. Como em 2015 não li nenhum chick-lit, foi minha escolha para desencalhar da estante!

Alguns dos melhores livros da autora são os da família Walsh, tipicamente irlandesa e muito engraçada! São cinco irmãs – se não estou enganada, mas acho que não estou – e cada uma tem seu livro, além de um spin-off da mamãe Walsh.

Nos livros das outras Walsh, Anna era uma irmã de quem eu não gostava tanto. Acho que ela era meio sem sal mesmo e só quando chegou a vez dela estrelar um livro a autora resolveu dar voz e personalidade a ela. Incrivelmente, depois de ler Tem Alguém Aí? Anna se tornou a minha personagem favorita entre as Walsh. Como eu já disse acima, não tenho o currículo recheado de chick-lits, mas de todos que consigo me lembrar de ter lido, Anna foi a única protagonista que conseguiu a façanha de não me irritar NEM UMA VEZ SEQUER! Sério!

Quando eu cheguei ao fim do livro fiquei impressionada em como ela foi sensata – respeitando-se os limites, considerando a situação em que ela se encontrava. Não ficou se menosprezando, suas reações foram bem verossímeis e eu conseguia imaginar amigas – ou até eu mesma – tendo reações semelhantes.

Não foi um livro que trouxe discussões importantes e nem reflexões interessantes para mim. Mas foi um livro que amoleceu meu coração um bocado – em resenha de romance é permitido ser um pouco baranga? – e me fez passar bem o tempo.

Como sempre nos livros da Marian Keyes eu ri um bocado o que fazia meu marido me olhar e perguntar se o livro estava bom. Helen e Rachel são as irmãs que mais aparecem nesse volume. Helen conseguiu trazer um pouco mais de comédia com uma "história paralela" por meio dos seus e-mails para Anna. Apesar disso eu gostava mais das partes da Anna mesmo.

Algo que vale a pena ser mencionado é que lá pelo um terço do livro tem um mega plot twist que me arrancou do chão. Gente, sério, eu fiquei tão chocada e revoltada com o tal plot twist que larguei a leitura. Sei lá, pode ser que eu estivesse em um momento meio sensível – sim, eu estava – mas fato é que acabei largando da primeira vez que comecei a ler, há uns 2 anos. Deixei ele lá para quando eu achasse que daria para concluir a leitura.

Quando comecei a ler de novo eu já sabia dessa maldita reviravolta, então fui com o espírito preparado. Não sei se ficou óbvio que era isso que aconteceria, mas eu não esperava mesmo! Alguém me conta se já tinha desconfiado, se estava na cara e eu não percebi?

Bom, apesar disso foi realmente um livro que fiquei feliz em ter na estante. Não tirou em nada o mérito da obra, pelo contrário, depois do meu momento revolta eu percebi que era fundamental para a trama.

A gente consegue se angustiar com a situação da Anna, ao mesmo tempo que torce para que ela consiga dar a volta por cima e superar o trauma horrível que ficou em sua vida.

Apesar do assunto denso do livro, Marian consegue trazer leveza com sua forma de narrar – e com as idiotices da Helen que eu já mencionei, claro.

Bom... você não gosta de chick-lit mas quer dar uma chance ao gênero? Sugiro pegar esse livro. Não tem romance chato e meloso, não tem protagonista boba e irritante, não tem estereótipos femininos que nos fazem querer dar um soco na pessoa mais próxima. Pode ler!

Samy =)