sábado, 9 de agosto de 2014

Resenha: O Diário de Suzana para Nicolas – James Patterson


Título: O Diário de Suzana para Nicolas
Título original: Suzanne’s Diary for Nicholas
Autor: James Patterson
Ano de lançamento: 2001
Ano de lançamento no Brasil: 2011
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 224


Sinopse oficial adaptada:

Depois de quase um ano juntos, o poeta Matt Harrison acaba de romper com Katie Wilkinson. A jovem editora, que não tinha qualquer dúvida quanto ao amor que os unia, não consegue entender como um relacionamento tão perfeito pôde acabar tão de repente. Mas tudo está prestes a ser explicado. No dia seguinte ao rompimento, Katie encontra um pacote deixado por Matt na porta de sua casa. Dentro dele, um pequeno volume encadernado traz na capa cinco palavras, escritas com uma caligrafia que ela não reconhece: “Diário de Suzana para Nicolas”. Por que Matt teria lhe deixado aquele diário? Agora, confusa e sofrendo pelo fim do relacionamento, é nas palavras de outra mulher que Katie buscará as respostas para sua vida. O diário de Suzana para Nicolas é uma história de amor que se constrói ao virar de cada página. Cada revelação é mais uma nuance sobre seus personagens. Cada descoberta é um fio a mais a ligar vidas que o destino entrelaçou.

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Eu não sei o que esperava desse livro quando comecei a ler. O que sei é que, definitivamente, não foi o que li. Para começar, é sabido que James Patterson é um mestre da investigação, e thrillers policiais. Eu sabia que esse seria um romance, mas não imaginei que seria tão.... romance. Certo, eu acho que esperava um pouquinho de policial nessa obra e isso não ocorreu. Não me levem a mal, não cheguei a me decepcionar. Só foi inesperado.
Começamos a leitura conhecendo Kate. Seu relacionamento de quase um ano acabou de acabar. Ela, que esperava receber uma proposta de casamento em breve, foi abandonada. Aparentemente, sem motivo algum, em um dia que ela considerava muito especial para ela e Matt. No dia seguinte ao rompimento, parte de suas dúvidas começa a ser sanada, pois Matt a envia um livro. Ele garante que “O Diário de Suzana para Nicolas” iria esclarecer todas as questões que pairavam sobre sua cabeça. Aceitando qualquer ajuda para diminuir seu sofrimento, Kate começa a ler.

O decorrer do narrativa é dividido entre Kate e o diário. Somos apresentados à Suzana, uma médica que após sofrer um grave problema de saúde, passa a dar mais valor à vida e menos ao trabalho. Se muda para uma cidade do interior e diminui o ritmo frenético em que vivia até então.

Katie começa a entender porque Matt deu esse livro a ela, mas continua sem entender o fim do relacionamento entre eles. E o pior é que ela passa a gostar de Suzana e sente que, em qualquer outra situação, elas poderiam ser amigas.

Os personagens são muito marcantes e bem construídos. Não é aquele tipo de livro que você fica torcendo por uma pessoa ou por outra. Eu acabei torcendo por todos. Matt é muito cativante e sensível e o leitor fica sem entender porque e como ele se envolveu na situação em que se encontra. Fica uma impressão de história mal contada. Claro que ela é logo revelada. Suzana é uma mulher e mãe extremamente carinhosa. Aquela pessoa que você quer ao seu lado na vida – não só como companheira, mas como amiga, confidente. O diário que passa a escrever para seu filho é de uma ternura sem igual. Com Suzana, vemos como é importante valorizar cada dia da vida, como ela faz. Katie é uma mulher madura e encantadora. Apesar de estar sofrendo e devastada pelo fim do relacionamento não é aquela personagem chata e lamurienta que te faz ter vontade dar uns tapas para acordar. O sofrimento dela é genuíno e justificado.

São exatamente as observações acima que tornam os personagens tão pouco realistas. Todos são muito perfeitos e carismáticos. O tempo todo. Ninguém é assim na vida real. Isso não chega a ser um problema pois, afinal, é uma ficção e não um biografia. Mas é um ponto a ser levantado.

O enredo é bem fechado e eu fiquei querendo ler sem parar e descobrir logo o desfecho. Já podia imaginar várias coisas, mas mesmo assim não conseguia largar o livro. Quando Kate parava de ler me dava vontade mandar ela voltar logo porque eu queria satisfazer minha curiosidade. Mas essas pausas foram fundamentais para “respirar” e ajudaram mais ainda a me prender ao livro.

Cada capítulo corresponde a um dia – ou momento – de escrita no diário, então são, em sua maioria, curtíssimos. Os capítulos da Kate são um pouco maiores, mas ainda assim, bem curtos. Ótimo para quem lê no ônibus, como é meu caso. O livro é bem pequeno e muito rápido de ler. A escrita é fluida e agradável.

Não sei se essa foi uma boa escolha para o primeiro livro do autor que leio. Como esse não é seu gênero habitual, fiquei pensando se não seria melhor ter começado pelo que ele se consagrou. Qualquer outra obra de Patterson que eu ler agora, será bem diferente do que li em O Diário de Suzana para Nicolas. Seria como ler Conan Doyle e não começar por Sherlock Holmes. Descobrirei se foi bom ou ruim em breve, pois tenho outros livros no autor na fila.

Recomendo a leitura do livro, mas vá com uma boa caixa de lenços de papel. E tente não ler quando já estiver triste. Sério.


Samy =)

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