Resenha: Psicose – Robert Bloch

Título: Psicose
Título original: Psycho
Autor: Robert Bloch
Ano de lançamento: 1959
Ano de lançamento no Brasil: 1959 (Record) / 2013 (Darkside)
Editora: Darkside
Número de páginas: 240

Skoob
 
Sinopse:

Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos. Psicose conta a história de Marion Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela depositar num banco. Ela então vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora. Belo suspense, de tirar o fôlego!

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Peguei esse livro emprestado com uma amiga e por indicação dela. Por isso ele entrou no DL do Tigre no tema Livro emprestado. Como eu raramente pego livros emprestados com amigos, aproveitei a chance – em geral eu que sou a “biblioteca”. A leitura está valendo também para o Desafio Infinitos Livros.

Segue a música da vez! Claro que não poderia ser outra!! Poucas músicas são mais marcantes, no cinema, do que essa.

Bom... o livro é narrado em terceira pessoa, pelo ponto de vista de diferentes personagens. Essa forma de narração foi a ideal para esse livro pois podíamos ir entendendo a estória e montando o quebra-cabeça. Pensando aqui, em geral livros de suspense são mais envolventes quando narrados em terceira pessoa.

Vale dizer que eu não assisti ao filme de Hitchcock, nem à série Bates Motel e não li a sinopse do livro – ou melhor, li, mas ela é uma das raras sinopses que são realmente boas, pois te da vontade ler o livro sem contar tudo, como algumas sinopses fazem. A moral da história é que o que encontrei na obra de Robert Bloch foi muito diferente do que eu esperava. Obviamente eu conheço a cena do chuveiro com a clássica música que eu coloquei no início do post, mas nada além disso. Eu imaginei que o livro seria a estória de um serial killer e que iria mostrar as várias mortes efetuadas por ele e talvez um detetive tentando solucionar o caso. Quem já leu o livro sabe que não foi exatamente isso que encontrei, certo?

Claro que não vou contar aqui um resumo da estória. Eu achei tão legal ler sem saber de absolutamente nada que quem chegar aqui como eu, totalmente ignorante, vai continuar assim. Vale a pena tá?

Antes de falar do livro propriamente dito, só farei um comentário sobre a edição da Darkside, que está maravilhosa. Além da belíssima ilustração no início do livro cada início de capítulo é bem marcado com uma folha preta e as primeiras palavras do capítulo a seguir. Esses e outros detalhes mostram o cuidado que a editora teve ao confeccionar o livro. Parabéns à Darkside!

O livro é curto, de leitura super rápida, apesar do tema ser denso, cheio de suspense. A escrita de Robert Bloch é muito agradável e ele não é do tipo de escritor prolixo. Ele narra aquilo que é essencial à trama e é isso aí. Foi uma mudança drástica pois saí de Joe Hill, que não é nem um pouco sucinto, assim como o pai, para Bloch que se atém estritamente ao necessário. Só que isso não é uma coisa ruim, pelo contrário, eu gosto desse estilo de escrita, mais direta. De vez em quando é bom ler um autor que floreia mais a estória, mas eu curti que Psicose tenha sido mais pá-pum.

Com exceção da família Bates, os personagens não são muito aprofundados. Eles têm a personalidade definida e tudo mais, mas não há aquele aprofundamento que te faz criar uma empatia exagerada. Para compensar, a relação entre Norman e a Mãe é completamente dissecada no livro. Todos os traumas, a relação familiar doentia, as carências, o controle absoluto exercido pela Mãe, tudo acaba exposto aí. Junto com a ambientação sombria, torna o livro extremamente perturbador, quando você acaba de ler e fica pensando em todas as implicações, em tudo que você leu a respeito dos Bates.

Faça um favor a você mesmo e vá ler essa obra simples, brilhante e chocante de Bloch. Recomendo!

Samy =)