Título:
Tempestade e Fortaleza
Autor:
Eduardo Prota
Ano
de lançamento: 2014
Editora:
Clube de Autores
Número
de páginas: 438
* Enviado pelo autor para resenha
Sinopse (a resenha não tem spoilers e nada sobre o enredo, então leia a
sinopse por sua própria conta e risco):
Finalmente, Helena, Anna e Aurora se reencontram no
grande Quilombo de Acualtune, onde o Grande Chefe Ganamabi, já debilitado,
ainda governa. As três, ainda buscando respostas, são surpreendidas com sua
importância no futuro daquela terra. A Cairé, o festival da Lua Cheia, ocorre,
marcando o encontro de todos os grandes líderes daquela região das Ibyranas,
sejam eles humanos ou angás. Todos são bem-vindos, incluindo Andira, o filho de
Maculelê, Apeuê e seus sacis, Dom Rafael e seus potestos.
Porém, nem tudo é alegria. Na costa, os dútios
continuam a invadir a capitania, enquanto Dom Martim, em Éreba, tenta reverter
a situação do Reino a seu favor. Ele acaba se deparando com uma trama
misteriosa que teria levado ao coma do Rei e, ao investigá-la, coloca sua
própria vida em risco.
Caorani, atormentado por sua traição, acaba por perder
amizades e, por fim, mergulha na ira, encontrando aliados e decidindo de vez
varrer os invasores da terra: sejam eles brancos ou negros.
Assim, Acualtune se prepara para a maior guerra de sua
geração: aquela travada contra a própria espécie que ajudou o quilombo a se
estabelecer.
A tempestade está chegando... e é possível que a
fortaleza não resista dessa vez.
________________________|||______________________
Hoje estou aqui para a resenha do segundo volume do livro Ibyranas. Lembram que ano passado postei aqui sobre um livro de autor nacional e que o tema fantástico do livro dele eram as criaturas do nosso folclore?? Pois é, agora ele publicou o segundo livro e estou aqui para fechar a série para vocês!
Quem não leu o primeiro livro, pode ler a resenha sem medo, porque não tem spoiler nem do primeiro volume e nem do segundo, ok??
Aproveitei que um dos
temas do DL do Tigre desse ano era Ler
um livro de um autor nacional e já aproveitei para ler a conclusão dessa
saga que tanto me conquistou.
As três protagonistas,
Helena, Aurora e Anna estão de volta na continuação de suas aventuras pelas
inóspitas terras Ibyranas, tentando chegar ao quilombo de Acualtune e entender
mais sobre a importância que as três têm. Todas elas apresentaram um enorme crescimento
nesse segundo volume e estão mais maduras, mais reflexivas e até mais duras.
Elas passaram por situações que não conseguiam sequer imaginar e isso fez com
que ficassem mais unidas e mais afastadas, ao mesmo tempo.
As intrigas políticas
ficaram mais intrincadas nesse volume, atraindo mais meu interesse para um
ponto que, inicialmente, não me interessava muito. Alguns capítulos depois do início
do livro eu já estava imersa nos jogos entre nobres, reis e “plebeus”. Mas
apesar disso, as disputas políticas não foram muito aprofundadas, ainda que bem
explicadas, e não foi dada uma atenção a mais a esse aspecto da narrativa. Isso
foi um ponto super positivo para mim.
Em geral as partes de discussões políticas me cansam rapidamente e aqui não
fiquei cansada. Prota conseguiu manter meu interesse do começo ao fim. Quem
gosta mais dessa parte pode sentir falta de mais detalhes e mais
aprofundamentos, mas eu achei na medida certa para não me cansar.
Além disso, Eduardo conseguiu trabalhar bem os nossos angás, dando características bem marcadas a cada uma das "espécies". Conseguimos identificar e distinguir os caiporas dos curupiras, os lobisomens e as cucas, os sacis e saçurás. Cada um tem sua importância na obra e nos cativam, uns mais e outros menos, com suas ações.
Os curupiras e caiporas das Ibyranas me lembraram muito os elfos de Eragon, série de livros de Christoper Paolini, por causa de sua interação direta e profunda ligação com a natureza. Os elfos em geral têm essa caraterística de interagirem muito com a natureza, mas os elfos de Eragon têm uma interação muito mais profunda, assim como os personagens de Eduardo Prota.
Nesse segundo volume, Prota continua usando a mesma "ferramenta" empregada no primeiro. A cada capítulo o ponto de vista é trocado e nós ficamos com um gosto de quero mais na boca até o próximo capítulo. Claro que queremos continuar lendo de onde parou o capítulo anterior. Por isso, essa ferramenta é muito utilizada por escritores dos mais diversos gêneros para prender o leitor ao livro, engolindo um capítulo após o outro para descobrir todos os mistérios e segredos a serem desvendados. Isso funcionou muito bem comigo e eu tive um problema sério em parar de ler o livro e ir dormir.
As ações entre os personagens e suas personalidades foram tão bem arquitetadas que em alguns momentos era inevitável sentir raiva das traições e das burrices de alguns deles! Da vontade gritar pro autor "MATA LOGO ESSE IMBECIL", mas né? O livro já está todo ali, escrito, e nossa raiva nada vai fazer para mudar o desenrolar dos fatos narrados.
Quando chega no quarto final da obra que começa o desenrolar mais emocionante, eu precisava parar a leitura em alguns momentos, de tão ansiosa que ficava. Pensava "não quero saber o que vai acontecer", mas é óbvio que eu queria, só estava muito nervosa para continuar. Cinco minutos depois a curiosidade vencia o nervosismo e eu voltava a ler avidamente.
E você, leitor experiente e exigente chegou ao fim dessa resenha e da resenha anterior, meio desconfiado e reticente por se tratar do livro de estreia do autor? Eu confesso que se fosse eu a ler essas resenhas, estaria desconfiada.
Além disso, Eduardo conseguiu trabalhar bem os nossos angás, dando características bem marcadas a cada uma das "espécies". Conseguimos identificar e distinguir os caiporas dos curupiras, os lobisomens e as cucas, os sacis e saçurás. Cada um tem sua importância na obra e nos cativam, uns mais e outros menos, com suas ações.
Os curupiras e caiporas das Ibyranas me lembraram muito os elfos de Eragon, série de livros de Christoper Paolini, por causa de sua interação direta e profunda ligação com a natureza. Os elfos em geral têm essa caraterística de interagirem muito com a natureza, mas os elfos de Eragon têm uma interação muito mais profunda, assim como os personagens de Eduardo Prota.
Acauã, Porani e Caorani |
Nesse segundo volume, Prota continua usando a mesma "ferramenta" empregada no primeiro. A cada capítulo o ponto de vista é trocado e nós ficamos com um gosto de quero mais na boca até o próximo capítulo. Claro que queremos continuar lendo de onde parou o capítulo anterior. Por isso, essa ferramenta é muito utilizada por escritores dos mais diversos gêneros para prender o leitor ao livro, engolindo um capítulo após o outro para descobrir todos os mistérios e segredos a serem desvendados. Isso funcionou muito bem comigo e eu tive um problema sério em parar de ler o livro e ir dormir.
As ações entre os personagens e suas personalidades foram tão bem arquitetadas que em alguns momentos era inevitável sentir raiva das traições e das burrices de alguns deles! Da vontade gritar pro autor "MATA LOGO ESSE IMBECIL", mas né? O livro já está todo ali, escrito, e nossa raiva nada vai fazer para mudar o desenrolar dos fatos narrados.
Quando chega no quarto final da obra que começa o desenrolar mais emocionante, eu precisava parar a leitura em alguns momentos, de tão ansiosa que ficava. Pensava "não quero saber o que vai acontecer", mas é óbvio que eu queria, só estava muito nervosa para continuar. Cinco minutos depois a curiosidade vencia o nervosismo e eu voltava a ler avidamente.
Três árvores entreçaladas, simbolizando o poder da amizade. |
E você, leitor experiente e exigente chegou ao fim dessa resenha e da resenha anterior, meio desconfiado e reticente por se tratar do livro de estreia do autor? Eu confesso que se fosse eu a ler essas resenhas, estaria desconfiada.
Quando eu comecei a
leitura do primeiro volume não sabia exatamente o que esperar. Nunca havia lido
nem um texto de Eduardo Prota, mas como um escritor inexperiente que era,
certamente eu não esperava uma obra excelente como a que me foi apresentada. Foi
uma grata surpresa. Apesar de não estar com seu estilo de escrita maduro (acredito
que sempre estamos amadurecendo, né?) Eduardo escreve com uma segurança e
uma fluidez de autores experientes.
Então se você ainda tem dúvidas se deve dar uma chance a um autor nacional, iniciante, eu te digo... dê uma chance e deixe-se surpreender. Eu me surpreendi e recomendo muito a obra!
Então se você ainda tem dúvidas se deve dar uma chance a um autor nacional, iniciante, eu te digo... dê uma chance e deixe-se surpreender. Eu me surpreendi e recomendo muito a obra!
(Para adquirir o livro, basta entrar no site do Clube de Autores e escolher entre o ebook ou versão impressa! Mais uma vez, as ilustrações do post foram feitas pelo autor!).
Samy =)
Adorei sua resenha, Samy. Nunca tinha ouvido falar nesses livros. Vou procurar a resenha do primeiro livro. Parece ser bem legal!
ResponderExcluirBeijinhos
São excelentes Mariana! Vai com fé e não se arrependerá! hueheuheuheuheu
ExcluirBeijos
Oiee Samy, tudo bom?
ResponderExcluirTive oportunidade de conhecer os livros do Eduardo Prota graças ao seu blog \õ/, eu fiquei bem instigado em apreciar sua escrita pois nunca li nada nesse 'estilo', sabe?! Mas é sempre tão bom conhecer novas histórias, adoro o folclore e esse livro me parece ser uma ótima aposta para assim conhecer mais um pouco sobre a nossa cultura :) Espero ler brevemente e suas palavras me chamaram bastante a atenção ♥
Beeeijos!
Fico feliz que tenha te chamado a atenção Luan!! São realmente excelentes os dois livros! Vc não vai se arrepender! ;)
ExcluirBeijos!