Resenha: Filhos do Fim do Mundo – Fábio Barreto

Título: Filhos do Fim do Mundo

Autor: Fábio Barreto

Ano de lançamento: 2013

Editora: Fantasy – Casa da Palavra

Número de páginas: 288

Skoob

Sinopse skoob:

É meia-noite quando a Humanidade é surpreendida pela notícia: todas as crianças nascidas nos últimos 12 meses morreram misteriosamente. Um repórter responsável por cobrir os eventos preparativos para o fim do mundo, deixa sua esposa grávida em casa, partindo para uma perigosa missão investigativa, em que terá de enfrentar grandes desafios para proteger aqueles que ama. Em "Filhos do Fim do Mundo", acompanhamos a saga de um repórter tentando se equilibrar entre sua função de pai e jornalista em meio ao caos pré- apocalipse.

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Um tragédia. Várias crianças. Jornalistas atrás de fatos concretos. Um governo perdido. Um bebê ainda não nascido.

Esses fatos se cruzam em um livro surpreendente e curioso.

O mês de maio era mês de ler um autor que escrevesse originalmente em português, para o Desafio Literário Skoob 2015. A princípio minha ideia era ler um livro de Saramago, mas estou tentando ler mais autores brasileiros contemporâneos e tinha quatro aqui na fila. Por isso decidi ler Filhos do Fim do Mundo, que me deixou super curiosa desde que li a sinopse e vi a capa – sério, desde que vi essa capa fiquei encantada!

O primeiro ponto que achei interessante no livro de Fabio Barreto, narrado em terceira pessoa, foi acompanharmos de perto um jornalista e não um detetive ou policial. Mas, em certo ponto, acho que podemos dizer que ambos, tanto detetive quanto jornalistas sérios estão atrás das mesmas coisas. Fatos, informações que ajudem a entender um caso – aqui, uma tragédia.

A princípio achei que o livro não fosse dividido em capítulos, mas depois vi que sim isso acontecia, porém os capítulos eram enormes e apenas seis, dividindo suas 284 páginas. Dentro dos capítulos existem divisões marcadas por asteriscos. Particularmente, eu prefiro livros com capítulos pequenos. Acho que ajuda a dar um fôlego à leitura. Porém aqui, esse fôlego é dado pela própria narrativa.

O ponto de vista varia entre o Diretor do jornal, o Repórter e o Governador, na maior parte do tempo, mas outros personagens são focalizados, vez por outra.

Como vocês podem perceber no parágrafo acima, nenhum dos personagens tem nome. Sabemos diferencia-los por alguma característica ou profissão e não por um nome. Eu só havia visto a narrativa assim uma única vez em Uma Crônica Sobre a Pergunta. No livro de Daniel Manzoni, apenas o protagonista tem nome, Babil. Eu achei bem interessante e não me incomodou. Nesse livro de Fábio Barreto já fiquei com uma sensação diferente. A não nomenclatura dos personagens ajudou a não me fazer apegar a eles. Eu não senti próxima, torcendo incondicionalmente para que desse tudo certo. Estava mais era curiosa para entender o que tinha acontecido. Particularmente eu gosto de me identificar com os personagens, me faz ficar mais imersa na narrativa.

Eu realmente gostei muito do Repórter no começo do livro, mas no decorrer da leitura ele foi me desagradando com um jeito arrogante e prepotente. Entendo o momento que todos passavam, mas ele ficou realmente desagradável em certo ponto do livro.

A narrativa de Barreto é realmente eletrizante e me deixou grudada no livro por um bom tempo. Por algum motivo que não consigo explicar, me pareceu mais um enredo de filme que um livro. Não sei se por causa da velocidade dos acontecimentos, ou por causa da ação desenfreada na trama. Mas independente da mídia, achei uma aposta interessante do autor e me fez ficar bem curiosa sobre suas outras obras.

Esse é um daqueles livros que desperta sentimentos opostos nos leitores. Li várias resenhas de leitores criticando enormemente a escrita do autor, enquanto outros acharam sensacional. Eu gostei, embora eu não vá relê-lo e não tenha se tornado um dos favoritos.

O final também foi controverso. Entendo porque desagradou a muita gente e entendo porque agradou a outro tanto. Eu mesma não consegui decidir se achei genial ou se não gostei. Provavelmente ambos. Mas é indiscutível que foi ousado.

Recomendo a leitura para aqueles que gostam de suspense e distopias.

Samy =)