Resenha: Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley

Título: Admirável Mundo Novo

Título original: Brave New World

Autor: Aldous Huxley

Ano de lançamento: 1932

Ano de lançamento no Brasil: 2001 (edição que li)

Editora: Globo (edição que li)

Número de páginas: 314

Skoob

Sinopse oficial:

Ano 634 d.F. (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (pré-condicionados) têm comportamentos (pré-estabelecidos) e ocupam lugares (pré-determinados) na sociedade: os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, "Admirável mundo novo" é um dos livros mais influentes do século 20.

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Esse é mais um livro lido para o Desafio Literário 2014. Em junho deveríamos Ler uma distopia. Tem distopias pululando por todo lado atualmente. Muitas excelentes, algumas mais fracas e eu não li nem 10% do que pretendo. Muitas estão me gritando para serem lidas, mas não dá para ler tudo ao mesmo tempo, então elas vão esperando. Ia aproveitar a categoria desse mês para tirar o atraso, mas acabei me decidindo por um clássico distópico. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, pode ser considerado o “pai” das distopias atuais, inclusive tendo sido o livro que inspirou George Orwell em seu 1984. 

Pois é... quanto você está disposto a pagar para ser feliz? O que se dispõe a sacrificar? Sua liberdade, talvez? Mas... pare para pensar. E se você não souber o que teve que sacrificar? Se tudo aconteceu muito antes do seu tempo, se torna mais suportável? O fato é que você não tem escolha na vida, tudo já foi escolhido por você antes do seu nascimento. Mas você fica profundamente satisfeito, é profundamente realizado, com a escolha que fizeram por você. Parece interessante agora? O porém é que você está satisfeito apenas porque foi condicionado a isso. Será que é um preço justo a se pagar por uma sociedade completamente plácida e feliz?

Nesse mundo novo criado por Huxley, os humanos não são mais criados da maneira natural. São todos bebês de proveta e tudo foi pensado de forma a minimizar as perdas. São realizados procedimentos inumanos para criação de “defeitos” nas castas sociais mais baixas. A procriação humana é uma produção em massa e o fordismo seguido como uma religião – e aplicado à criação humana. A população em geral – com exceção das castas mais elevadas – não sabe muito além da etapa que realiza no processo. Mas todos são felizes.

Desde quando isso é felicidade? Ser condicionado a gostar do que foi imposto a você? Antes mesmo da fecundação acontecer, tudo sobre sua vida já está decidido. Se será rico ou pobre, inteligente ou não, alto ou baixo. Ninguém sabe sobre Deus, nem sobre Jesus, as línguas que conhecemos hoje, já não existem mais. “Mãe” e “pai” são palavras obscenas e constrangedoras. E todo mundo pertence a todos.

Não é, definitivamente, um livro de leitura rápida. Pelo menos não foi para mim. Precisava de pausas para digerir o que estava lendo. Além de polêmico ele pode ser muito indigesto. E é de um brilhantismo e criatividade impressionantes. Não posso dizer que absorvi ou compreendi nem metade do que Huxley concebeu com esse livro. Nem sei quantas leituras eu precisaria fazer para conseguir compreender todas as implicações.

É um livro que nos faz refletir sobre a nossa sociedade e os nossos valores. Sobre a liberdade e o livre arbítrio. Deveria ser lido por todos.

A música abaixo combina perfeitamente com o livro! E eu adoro! Lembro que fiquei com ela na cabeça boa parte do tempo enquanto lia o livro! Valeu por me lembrar Ligia! :P

Samy =)