Título:
Lonely
Hearts Club
Título
original: Lonely
Hearts Club
Autor:
Elizabeth
Eulberg
Ano
de lançamento: 2010
Ano
de lançamento no Brasil: 2011
Editora: Intrínseca
Número
de páginas: 238
Sinopse oficial:
Penny Lane Bloom cansou de tentar, cansou de ser
magoada e decidiu: homens são o inimigo. Exceto, claro, os únicos quatro caras
que nunca decepcionam uma garota — John, Paul, George e Ringo. E foi justamente
nos Beatles que ela encontrou uma resposta à altura de sua indignação: Penny é
fundadora e única afiliada do Lonely Hearts Club — o lugar certo para uma
mulher que não precisa de namorados idiotas para ser feliz. Lá, ela sempre
estará em primeiro lugar, e eles não são nem um pouco bem-vindos. O clube, é
claro, vira o centro das atenções na escola McKinley. Penny, ao que tudo
indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase
sempre, para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na
verdade, não estão nem aí. Agora, todas querem fazer parte do Lonely Hearts
Club, e Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um
namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será,
realmente, que nenhum carinha vale a pena?
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Para
começar, só me interessei por esse livro por causa dos Beatles. A sinopse não
me ganhou muito e achei que o livro seria bem bobinho. Mas como tem muitas
referências a uma banda que amo, achei que poderia salvar! Sempre acho
interessantes as associações ou trocadilhos que diversos artistas fazem com as
músicas do quarteto de Liverpool. Existem duas histórias da Turma da Mônica,
por exemplo, que têm os Bítous como
personagens e ambas são recheadas de referências aos nomes das músicas e os
Beatlemaníacos podem se deliciar tentando encontrar.
Depois
desse grande parênteses acima, vamos ao livro. É realmente bem adolescente. As
meninas são bem imaturas e os meninos mais ainda. Desde a leitura da sinopse,
imaginei o que poderia esperar dele e foi mais ou menos o que encontrei. Nada
muito inovador, mas ainda assim, interessante. Acho que para as meninas
adolescentes, que são o público-alvo do livro, pode ser bem inspirador. O
decorrer do livro e o final são totalmente previsíveis, mas a estória acaba
prendendo e a narrativa da autora é bem agradável.
O que achei
interessante no livro é que, por mais que seja muito adolescente e a trama
bobinha, aborda um tema que está muito em pauta ultimamente. A narradora,
Penny, se dá conta do quão injusta é a sociedade para com a mulher. No caso
dela, os olhos se abrem no quesito amoroso. Quando um cara está sozinho, é por
opção. Quando uma menina está sozinha é porque nenhum cara a quis. Quando um
relacionamento acaba, o cara vai ficar bem, curtir com os amigos e logo arrumar
outra, já a menina vai entrar em depressão por causa do coração partido. Por
mais que existam esses estereótipos, isso nunca foi e nunca será um padrão. As
reações humanas são tão diversas quanto nossos sentimentos, porque então, via de
regra, a menina vai sofrer e o cara não?
Em alguns
momentos, Penny é bem exagerada e força um pouco as críticas à classe
masculina, generalizando-as totalmente. Ao mesmo tempo, faz uma crítica às
mulheres que não conseguem ficar sozinhas e engatam um relacionamento atrás do
outro, apenas por medo da solidão, com pessoas que nem valem a pena. Também
existem aqueles que nos fazem acreditar, fazendo críticas ou sugestões
implícitas, que não somos autossuficientes ou não podemos ser felizes sem um
homem ao lado, de que quando estamos sozinhas somos inferiores.
Mas uma das
maiores críticas que Penny faz é a respeito das garotas que começam a namorar e
abandonam os amigos. Se anulam em função do namorado e mudam completamente suas
personalidades para se adequar a ele. E isso não é uma exclusividade feminina.
Muitos homens fazem isso também ao começar um namoro. Claro que todo mundo tem
algo a melhorar e se seu relacionamento te faz mudar para melhor, ótimo! Mas se
anular, não se valorizar e mudar completamente a personalidade porque o outro
não gosta, isso não.
Penny também descobre que estar com alguém, não significa ter um namorado. E que
amor não precisa vir, unicamente, de um companheiro. Por isso ela monta o Lonely Hearts Club
e fica imensamente feliz quando vê várias amigas aderindo a ele.
Inclusive,
esse é outro problema. Aprendemos desde cedo a não confiar nas outras mulheres,
pois todas são falsas, assim como as amizades femininas. Nenhuma gosta de você
de verdade e todos os elogios são falsos. Obviamente isso é uma mentira. As
mulheres podem ser tão amigas quanto os homens, sinceras em suas opiniões e
leais em suas amizades. Claro que existem mulheres falsas, da mesma forma que existem
homens falsos e, mais uma vez, não podemos, de forma generalizar.
Os
personagens não são muito profundos e bem desenvolvidos, mas podemos ver um
crescimento neles no decorrer da narrativa, com as meninas se tornando mais
fortes e mais unidas. Elas percebem que a amizade pode ser forte e que podem
contar umas com as outras para resolver problemas diversos. Com personalidades
totalmente distintas, Penny, Tracy e Diane mostram que não temos que ser iguais
às nossas amigas ou gostar das mesmas coisas. E isso pode ser muito bom, pois podemos
contribuir para um crescimento recíproco e mostrar pontos de vista diferentes
para sair de algum dilema. A personagem mais marcante e interessante é, de
longe, Diane. É a personagem que mais apresenta esse amadurecimento.
O tema é
levado de forma bem leve e meio superficial, mas a semente foi plantada. No fim
das contas, foi um livro interessante e que valeu a leitura. Se você é fã dos
Beatles, leia. Se você não é e já passou na adolescência, vá por sua conta e risco!
Samy =)
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