Resenha: Adormecida – Anna Sheehan

Título: Adormecida

Título original: A Long, Long Sleep

Autora: Anna Sheehan

Ano de lançamento: 2011

Ano de lançamento no Brasil: 2012

Editora: Lua de Papel

Número de páginas: 272

Skoob

Sinopse (leia por sua própria conta e risco):

Rose Fitzroy esteve dormindo profundamente por décadas. Imersa num sono induzido, esquecida em um porão por mais de 60 anos, a jovem foi tratada como desaparecida enquanto os anos sombrios pairavam sobre o mundo. Despertada como por encanto e descobrindo-se herdeira de uma corporação multimilionária, Rose vai entendendo pouco a pouco, tudo o que aconteceu em sua ausência. Ela descobre que seus pais estão mortos. O rapaz por quem era apaixonada não é mais que uma mera lembrança. A Terra se tornou um lugar estranho e perigoso, especialmente para ela, que terá de assumir seu lugar à frente dos negócios. Desejando adaptar-se à nova realidade, Rose só consegue confiar numa única pessoa estranhamente familiar. Rose até gostaria de deixar o passado para trás, no entanto, ao pressentir o perigo, percebe que precisa enfrentá-lo – ou não haverá futuro.

___________________­_____|||______________________

Quando eu vi que um dos temas para o mês de novembro do DL 2014  era Ler um livro que seja uma nova versão de um conto de fadas fiquei com uma mega preguiça! Não porque eu deteste os contos de fadas e nem porque eu detesto “releituras” de coisas antigas. Eu simplesmente não estava na vibe de um conto de fadas atual. Protelei o máximo que pude a leitura, pensei em vários livros e desisti de todos. Até que não tinha mais para onde fugir, Adormecida estava aqui, fácil e acabei pegando ele mesmo.

Depois que li uma resenha bem favorável a ele em um blog que gosto muito (tinha certeza que era um, mas não encontrei a resenha lá, agora fiquei perdida e não sei em qual foi!) acabei animando um pouco mais, apesar de ainda pensar em desistir.

Bom, aproveitei para ler em uma viagem, já que ia ficar presa num avião mesmo e encarei. Acabou sendo muito melhor do que eu esperava. Eu demorei um pouco a realmente engrenar na leitura. O começo quase me fez desistir de novo, mas depois de algumas várias páginas, ele começou a me prender a leitura fluiu bem.

Obviamente, o livro é uma releitura de A Bela Adormecida. Rose Fitzroy dorme por anos e anos, por um motivo que não vou contar aqui mas que achei bem criativo. Só que, diferente do conto de fadas, ninguém dorme junto com ela e a menina acorda completamente perdida em um mundo que não é mais o seu. Ela precisa aprender as novas tecnologias, precisa aprender a história que ela perdeu, tanto do país quanto do mundo em geral. Ela precisa conhecer pessoas novas e se adaptar.

O que fazer em uma situação dessas? Entrar em pânico me parece uma excelente opção, mas acho que não muito proveitosa. Voltar a dormir também é bem tentador, mas e aí, como fica a estória? Claro que a única opção de Rose é seguir em frente, independente do que ela realmente deseja.

A personagem principal não me foi nem um pouco marcante. Submissa demais, sem opinião demais, sempre levada pelos outros a fazer tudo, quando faz alguma coisa. Fiquei com bastante preguiça dela e seu marasmo. Em alguns momentos ela conseguiu me irritar de verdade e fiquei com vontade dar uns tabefes.

O que achei mais interessante no livro é a discussão sobre a relação entre Rose e seus pais. Porque ela dormiu por todos esses anos, afinal? Nós sabemos como ela dormiu, mas o porquê demora a ser esclarecido. Infelizmente eu não vou poder render esse assunto tanto quanto gostaria, pois quero muito evitar qualquer tipo de spoiler, mas deixo pelo menos minha opinião de que foi uma “reflexão” bem interessante.

O único ponto que achei que poderia ter sido melhor trabalhado, embora pareça ser intencional, é Otto e sua família. Otto é um garoto diferente e que tem mais a contar do que aparenta. Gostei muito dele e acabou se tornando meu personagem favorito do livro. Gostaria de ter sabido mais a respeito dele e de sua vida.

Com a exceção acima, mesmo o livro tendo deixado algumas pontas soltas, nenhuma me incomodou. A conclusão do livro me foi satisfatória, embora eu tenha achado o final muito forçado, e não senti necessidade de nenhuma continuação, mas descobri que ela existirá. Não sei se continuarei lendo, já que a conclusão me deixou satisfeita, como eu disse. Não acredito que queira retornar ao mundo de Rose, mas nunca digo nunca. Quem sabe se o livro cair no meu colo?

Se você gosta de young-adult misturado com distopia – com uma personagem principal bem mais ou menos, vá em frente! Para você eu recomendo. Caso contrário, espere estar em uma boa vibe para ler o livro!

Samy =)