Resenha: O Clã dos Magos – Trudi Canavan

Título: O Clã dos Magos

Título original: The Magicians' Guild

Autora: Trudi Canavan

Ano de lançamento: 2001

Ano de lançamento no Brasil: 2012

Editora: Novo Conceito

Número de páginas: 446

Skoob

Sinopse:

Todos os anos, os magos de Imardin reúnem-se para purificar as ruas da cidade dos pedintes, criminosos e vagabundos. Mestres das disciplinas de magia, sabem que ninguém pode opor-se a eles. No entanto, seu escudo protetor não é tão impenetrável quanto acreditam.

Enquanto a multidão é expurgada da cidade, uma jovem garota de rua, furiosa com o tratamento dispensado pelas autoridades a sua família e amigos, atira uma pedra ao escudo protetor, colocando nisso toda a raiva que sente. Para o espanto de todos que testemunham a ação, a pedra atravessa sem dificuldades a barreira e deixa um dos magos inconsciente.

Trata-se de um ato inconcebível, e o maior medo da Clã de repente se concretiza: uma maga não treinada está à solta pelas ruas. Ela deve ser encontrada, e rápido, antes que seus poderes fiquem fora de controle e destruam a todos.

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Já fazia muito tempo que eu queria comprar esses livros. Um pouco antes de eu finalmente compra-los, uma amiga leu e curtiu demais. Isso me animou ainda mais para uma leitura que eu já estava ansiosa para fazer. Aproveitei que tinha que Ler uma trilogia para o Desafio Literário Infinitos Livros e peguei essa que estava amargando na fila!

Ao contrário do que muitos acharam, eu não considerei o começo do livro lento. Achei que já começa com um ritmo bom, que só melhora. Confesso que em certo momento eu já estava ansiosa por uma guinada na estória e que a fuga de Sonea poderia ter ocupado menos do que metade livro, mas nem tudo é perfeito, certo?

Explicando melhor o parágrafo acima... o livro em dividido em Parte 1 e Parte 2. A parte 1 é movimentada, mas sem grandes reviravoltas, então até consigo entender as pessoas que acharam meio parado, mas a partir do momento que começa a parte 2, eu já não conseguia parar de ler. Infelizmente, a parte 1 é um pouco maior que a parte 2.

Eu sou tão clichê que os meus personagens favoritos foram o Rothen e o Dannyl. Sim sou previsível, mas fazer o que? Eles são dois amorzinhos e eu me diverti horrores com o Dannyl! Achei que a autora foi muito feliz na criação dos personagens, tanto dos protagonistas, dos antagonistas e dos secundários. Sonea, achei que poderia ser uma personagem mais carismática, mas acho que foi intenção da autora faze-la assim. Dá para torcer por ela, embora não tenha se tornado uma queridinha. Consegui sentir empatia pelos magos e pelos Ladrões e o Lorde Supremo realmente nos chama a atenção, principalmente no fim do livro, momento em que a autora arremessa uma bomba. Dessa forma, quando chegamos ao fim, não queremos outra coisa senão já começar o próximo volume.

A narração é feita em terceira pessoa e alterna entre diversos personagens, como Sonea, seu amigo Cery e os já citados Rothen e Dannyl, dois dos magos que estão perseguindo Sonea.

Outro ponto que é importante ressaltar é que a autora decidiu criar comidas e animais diferentes para seu mundo. Por isso, no fim de todos os volumes tem um Glossário. Isso é relativamente comum em livros de fantasia e me lembrou um dos grandes clássicos da literatura, Laranja Mecânica, no qual o autor usa e abusa de gírias criadas por ele próprio, inspiradas em gangues de Londres. O que encontramos aqui com Canavan não foi nada perto disso e não me incomodou muito ter que ir olhar de que animal se tratava este ou aquele, ou simplesmente ignorar, se não fosse relevante para o enredo. Mas caso você seja sensível quanto a esse ponto, é bom estar prevenido.

O que eu achei interessante foram as várias resenhas que li de pessoas que acharam que o livro tem muita “encheção de linguiça”, muitos detalhes e coisas desnecessárias. A primeira coisa que me veio à cabeça foi “essas pessoas certamente não leram nada do Tolkien, ou se leram, não gostaram”. Claro que não estou comparando os dois autores per se, mas é quase consenso que Tolkien é muito descritivo e bem prolixo. Se essas pessoas pensaram isso de Trudi Canavan, nem imagino o que pensam de Tolkien. Eu não me incomodo com livros assim então esse foi um fator que não perturbou nem um pouco minha leitura de O Clã dos Magos. Pelo contrário, eu nem percebi esse fato, que desagradou a tantos, até ler tais reclamações.

Por último, sobre a edição, acho as capas dessa trilogia lindas!! Nada que chame muito a atenção por dentro, mas achei “alguns vários” erros de revisão. Nada grave, mas um pouco mais do que o desejável para uma editora do cacife da Novo Conceito. Dá pra melhorar isso aí né?

Resumindo... eu amei o livro e recomendo!!
 

Samy =)