Título:
A Morte e os Seis Mosqueteiros
Autor:
Anatole Jelihovschi
Ano
de lançamento: 2015
Editora: Jaguatirica
Número
de páginas: 140
Sinopse skoob:
Em seu novo romance policial, Anatole Jelihovschi
mergulha fundo no cotidiano das infâncias perdidas, dos relacionamentos
partidos, das oportunidades que tantos ainda acreditam distantes demais da
realidade.
A morte e os seis mosqueteiros é a história de seis garotos muito amigos de uma favela. Quando crianças, tudo era uma grande brincadeira. Os meninos gostavam de se imaginar nos mundos de capa e espada, ou na peça ‘O fantasma da ópera’, mas na verdade moravam em uma favela violenta, com bandidos e policiais trocando tiros e matando gente. Ainda quando a infância sequer os havia deixado, a violência e o tráfico na comunidade em que viviam, de uma forma ou de outra, acabariam por envolvê- los em uma teia de morte, assassinando seus sentimentos, valores e, principalmente, sua amizade.
A morte e os seis mosqueteiros é a história de seis garotos muito amigos de uma favela. Quando crianças, tudo era uma grande brincadeira. Os meninos gostavam de se imaginar nos mundos de capa e espada, ou na peça ‘O fantasma da ópera’, mas na verdade moravam em uma favela violenta, com bandidos e policiais trocando tiros e matando gente. Ainda quando a infância sequer os havia deixado, a violência e o tráfico na comunidade em que viviam, de uma forma ou de outra, acabariam por envolvê- los em uma teia de morte, assassinando seus sentimentos, valores e, principalmente, sua amizade.
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O livro A Morte
e os Seis Mosqueteiros chegou a mim por meio do book tour organizado pela
produtora de conteúdo online da editora Jaguatirica. A sinopse me interessou
bastante pois parecia se tratar de um livro que retrataria uma realidade à qual
estamos muito “acostumados” no Brasil. A favela e seus moradores.
Primeiro gostaria de esclarecer um ponto que pode
gerar controvérsia para quem lê a sinopse e depois lê o livro. Quando lemos “o
novo romance policial” podemos ter uma ideia errada do que nos será apresentado
no livro, embora não seja uma declaração equivocada.
Só que o que nos é narrado na obra difere bastante do
comum que vemos em romances policiais. Aí você pergunta: o que você quer dizer
com comum? O mais comum é vermos tudo narrado pelo lado do investigador, pela
polícia, por delegados, mais raramente por um assassino. E, em geral, acontece
um crime específico que nos é desvendado no decorrer da trama. Pelo menos é com
isso que estou acostumada nos romances policiais.
E não é, absolutamente, o que acontece aqui.
Em A Morte e os
Seis Mosqueteiros o autor retrata os horrores da vida na favela de forma
bem contundente. Como eu nunca morei em uma e nunca participei daquela
bizarrice que virou moda que é o tour em favelas, eu não sei como é exatamente
a vida nesses locais, além de notícias que leio ou reportagens de jornal – que
têm sido cada vez mais tendenciosas. Mas lendo a obra de Jelihovschi dá para
acreditar que o que Zequinha conta na sua “autobiografia” poderia acontecer com
qualquer garoto que calha morar nas favelas.
Zequinha conta a vida de trabalho duro que leva, os
confrontos entre polícia e bandido e mostra que as outras pessoas,
trabalhadoras honestas e dedicadas, tentam não se envolver e não ver nada do
que acontece, para não virarem "testemunhas" e acabar dançando de graça.
É uma obra muito interessante para ajudar a tirar a ideia errada e o preconceito de quem acha que todo morador de favela é bandido, ou que está lá por falta de força de vontade ou porque não quis estudar para ser alguém na vida. A falácia da meritocracia não tem lugar aqui. Nós vemos pessoas que lutam para sair de uma condição de miséria mas que, muitas vezes, não conseguem fazer isso.
Com a narração em primeira pessoa conseguimos nos sentir na pele de José Antônio – o Zé Pequeno, ou Zequinha – seja quando conta da sua infância com os outros cinco amigos, os seis mosqueteiros do título, seja quando conta o desenrolar de sua história e de como a morte está presente de forma tão aterradora e constante nos morros.
Você tem medo dos bandidos da favela? Os moradores de lá que são homens pobres, mas trabalhadores também têm. A qualquer momento, qualquer um deles pode ser acusado de dedo-duro, o famoso X9, e pronto. Adeus. Sem chance de se defender, sem chance de escapar.
É uma obra muito interessante para ajudar a tirar a ideia errada e o preconceito de quem acha que todo morador de favela é bandido, ou que está lá por falta de força de vontade ou porque não quis estudar para ser alguém na vida. A falácia da meritocracia não tem lugar aqui. Nós vemos pessoas que lutam para sair de uma condição de miséria mas que, muitas vezes, não conseguem fazer isso.
Com a narração em primeira pessoa conseguimos nos sentir na pele de José Antônio – o Zé Pequeno, ou Zequinha – seja quando conta da sua infância com os outros cinco amigos, os seis mosqueteiros do título, seja quando conta o desenrolar de sua história e de como a morte está presente de forma tão aterradora e constante nos morros.
Você tem medo dos bandidos da favela? Os moradores de lá que são homens pobres, mas trabalhadores também têm. A qualquer momento, qualquer um deles pode ser acusado de dedo-duro, o famoso X9, e pronto. Adeus. Sem chance de se defender, sem chance de escapar.
A polícia também não ajuda muito quando chega batendo
em todo mundo, sem discriminação entre bandido ou não, e trocando tiros com
traficantes e ladrões, fazendo com que pessoas inocentes paguem pelo erro de
outros.
Apesar de ser um livro com tema muito denso não foi
uma leitura penosa, pelo contrário. Além de ter um vocabulário e estilo de
escrita bem simples, Zequinha narra muitos dos acontecimentos de forma natural
e insere algumas críticas em meio a essa narrativa. Mesmo sendo um jovem que
largou a escola cedo e não é “culto”, podemos ver que a vida na favela o fez
amadurecer e perceber como as diferenças sociais podem interferir na vida de um
jovem ou de uma criança.
A narrativa linear, sem flashbacks, nos deixa inseguros quanto ao rumo dos acontecimentos,
já que nesse local onde os seis mosqueteiros vivem, tudo pode acontecer.
O que aconteceu com os outros cinco mosqueteiros?
Zequinha vai sucumbir à bandidagem ou seguirá um propósito mais firme na vida? Essas
e outras perguntas me mantiveram grudada na leitura. Com direito a uma bela e
surpreendete reviravolta no final, Anatole Jelihovschi fechou muito bem seu
livro e me deixou curiosa para ler outras obras suas no futuro!




Lembrando que o livro será sorteado ao final do book tour e para participar basta preencher o formulário abaixo!
Samy =)