Título: Ima, Sempre em Frente
Autor: Eric Peleias
Ano de lançamento: 2014
Editora: Artliber
Número de páginas: 96
Sinopse skoob:
Julia vivia com os pais e o irmão em Viena (Áustria), quando os alemães anexaram o país. Boa parte da população os recebeu de braços abertos, mas para a família de Julia e demais judeus do país, aquele era o fim de uma história e o início de uma vida de perseguição e massacre. O ano era 1938. Diante deste cenário e do futuro nada promissor que os aguardava na Viena nazista, os pais de Julia tomam a difícil decisão de enviá-la sozinha para a Palestina (hoje Israel), onde teria mais chances de sobreviver. No drama da despedida, o conselho do pai foi – Julia, siga sempre em frente. E foi justamente o que ela fez desde que partiu da Áustria aos 18 anos, rumo ao desconhecido. Hoje, aos 93 anos, Julia, ou Ima (mãe em hebraico), ainda é um exemplo de superação para aqueles que cruzam o seu caminho, como Eric Peleias, que se encantou com esta senhora e resolveu contar a sua história de vida na forma de quadrinhos, em Ima, Sempre em Frente. História real de coragem, sobrevivência e superação!
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Como eu já disse exaustivamente aqui no blog, 2015 foi ano de FIQ e dessa vez eu não quis perder. Consegui conhecer vários quadrinistas que acompanho pelo facebook ou pelos seus respectivos blogs, como o Will Leite, o Coala, o Pedro Leite, o Carlos Ruas, e também conheci muitos quadrinistas novos – novos para mim, claro. Dentre eles está o Eric Peleias. Não conhecia nada do trabalho do Eric, mas parei na sua mesa para conhecer e fiquei impressionada com a simpatia do autor.
Ele começou a contar sobre as suas obras já publicadas e, entre elas, estava Ima, Sempre em Frente. Eu sempre me interessei por livros que retratassem o holocausto judeu na época da Segunda Grande Guerra e nunca tive a oportunidade de ler sobre o assunto no formato quadrinho. Fiquei muito curiosa e acabei adquirindo a obra.
Logo já comecei a ler e percebi que é uma história completamente verídica e conta a história de Julia, uma senhora que o autor teve a sorte de conhecer. Hoje com 93 anos, ela conta a história de sua vida a quem quiser ouvir e se inspirar e Eric decidiu fazer com que essa história de perseverança, amor e sofrimento atingisse mais pessoas por meio de sua arte.
Com traços simples e marcantes, Peleias nos conta como Julia precisou deixar seu país natal, a Áustria, quando a perseguição aos judeus começou após anexação do país pelos nazistas. Sua família foi desmembrada para que cada um tivesse maiores chances de sobreviver.
Durante toda a leitura eu me vi torcendo por Julia, para que ela chegasse em seu destino em segurança e, principalmente, para que conseguisse encontrar novamente seus pais e irmão quando essa época de horror passasse.
Por mais que estejamos cansados de saber todas as atrocidades que o ser humano é capaz de realizar, ainda ficamos chocados ao ler as histórias de pessoas que sofreram tais coisas na pele. Quem essas pessoas acham que são para desunir famílias, separar mãe e filha, marido e esposa, avós de seus netos? Quem eles acham que são para falar quem pode e não pode viver? Quem é ou não digno de seguir em frente?
A família de Julia achava que os nazistas encontrariam resistência na Áustria. Que o povo não abriria as portas para os monstros que estavam chegando. O problema é que foi justamente o oposto disso que aconteceu. Os austríacos receberam os nazistas como heróis. Como se ao invés de crimes hediondos, estivessem salvando a humanidade. E isso aconteceu em vários lugares, tamanha a lavagem cerebral realizada pelos alemães seguidores do Füher.
Atualmente gostamos de pensar que esse tipo de história é um alerta para que possamos ter sempre em mente do que o ser humano é capaz e tentar evitar novas ocorrências do tipo. É tão triste pensar que ainda existe esse tipo de comportamento, com intolerantes agredindo todo e qualquer um que seja minimamente diferente.
É um bom livro para refletir sobre a vida. Inspirador, mostra que é sempre importante perseverarmos, não desistirmos da luta. Leiam.
Samy =)
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