Resenha: A Descoberta das Bruxas – Deborah Harkness

Título: A Descoberta das Bruxas

Título original: A Discovery of Witches

Autora: Deborah Harkness

Ano de lançamento: 2011

Ano de lançamento no Brasil: 2011

Editora: Rocco

Número de páginas: 781

Skoob

Sinopse oficial:

A professora Diana Bishop foi convencida pelo medo de que é melhor ser humana do que bruxa. Mas quando descobre um antigo manuscrito com a origem de espécies sobrenaturais, fica muito próxima do mundo do qual sempre fugiu. Demônios e vampiros passam a cruzar seu caminho, e o instinto de sobrevivência dessas criaturas faz Diana ser uma presa vulnerável… Até que ela seja capaz de dominar os próprios dons e usar seus poderes.

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A música de hoje é Every Breath You Take, do The Police! Quem leu o livro vai entender muito bem a escolha!

Esse livro foi escolhido para o mês de setembro do Desafio Literário 2014 que nos pedia para Ler um livro sobre bruxas. Escolhi esse sem saber nada sobre ele e sem nenhuma expectativa.

Bom… acabei descobrindo que, mais uma vez, eu quebrei meu trato comigo mesma e comecei uma série antes de todos os livros estarem lançados. Mas dessa vez tenho a meu favor um ponto… eu realmente não sabia que se tratava de uma trilogia. Tinha plena convicção que era um livro isolado e pronto. Só que vou falar para vocês... apesar de eu ter quebrado meu trato, fiquei muito feliz de saber que é uma trilogia! Porque dessa forma posso ficar mais tempo com Matthew e Diana! <3

Os dois primeiros volumes já foram lançados aqui no Brasil pela Rocco e o terceiro volume está programado para o ano que vem.

Em meio a tantos livros de diversos gêneros com personagens adolescentes (seja distopia, fantasia, romance) confesso que foi um bálsamo ler um livro com protagonistas maduros, decididos, que não ficam com os "decidi-mas-voltei-atrás" típicos da adolescência.

Veja bem... estamos falando de um livro de quase 800 páginas, mas que se lê rapidamente. Os personagens te cativam de uma forma que você até prende a respiração em momentos de perigo e tem vontade sacudi-los, quando fazem alguma burrada. Não são perfeitos e isso os torna mais cativantes. Fiquei caída por Matthew e achei Diana um encanto (com o perdão do trocadilho :P). Mesmo os personagens secundários como Ysabeau, Marthe, Sarah e Emily são muito bem estruturadas e têm uma personalidade muito bem formada. Gostei demais de todas elas! Diana não é aquela mocinha frágil que precisa de alguém a protegendo o tempo todo. Ao mesmo tempo, não é aquela protagonista inimaginável que consegue resolver tudo sozinha e nunca precisa de ninguém. Ela é um mix disso. É aquela pessoa que passa por situações complicadas e mostra que tem força quando precisa – mesmo que nem ela soubesse que tinha essa força.  

A certo ponto o protecionismo de Clairmont com Diana me cansou e chegou a irritar um pouco, mas na maior parte das vezes ele tinha razão em se preocupar com a segurança dela, então acabei deixando isso passar. O casal tem um entrosamento tão bom que o romance – apesar de não ser o foco da obra – ajudou a dar um charme a mais e nos aproximar dos personagens principais.

Algo que observei foi um vício de linguagem da autora – se bem que nem sei se posso chamar isso de vício de linguagem – mas tudo para ela é superlativo. Tudo bem que estamos tratando de vampiros e as coisas para essas criaturas tendem a ser superlativas mesmo, mas ela exagera nas descrições de cores e sabores e tudo é uma explosão de sentidos. Ora, "uma explosão de cores", ora "uma explosão de sabores". Acho interessante usar essas expressões vez ou outra, mas toda hora parece falta de criatividade.

A única parte do livro que me incomodou um pouco foi o ritmo um pouco mais lento em determinada parte da obra. Entre o inicio – bem movimentado – e o fim do primeiro terço do livro, achei meio morno. Não que tenha ficado ruim, mas depois entra em um ritmo tão acelerado, com seus mistérios e confusões que eu não conseguia largar, então essa parte mais lenta destoou um pouco do todo.

A estória te envolve de uma forma que parece que somos levados ora para Oxford, ora para a França, ora para os EUA. Eu quase conseguia me sentir na casa das Bishop – e realmente queria estar lá! E eu ainda nem falei nos demônios... pois é, junte aos vampiros e bruxas essa terceira entidade sobrenatural e está completa a obra! Eles têm uma menor participação nesse primeiro volume, mas ainda assim indispensável.

Resumindo... foi dos melhores livros que li esse ano e mal posso esperar para comprar a continuação e prosseguir no mundo das Bishop e dos Clairmont! A autora, que eu até então não conhecia, ganhou mais uma fã! Leitura altamente recomendada!!

Samy =)