sábado, 21 de junho de 2014

Resenha: Bruxos e Bruxas – James Patterson


Título: Bruxos e Bruxas
Título original: Witch & Wizard
Autor: James Patterson
Ano de lançamento: 2009
Ano de lançamento no Brasil: 2013
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 288


Sinopse oficial:

Em pleno século XXI, os irmãos Allgood, With e Whisty são arrancados de sua casa no meio da noite e jogados na prisão, acusados de bruxaria. Vários outros jovens como eles foram sequestrados, presos e outros desapareceram. Tudo isso acontece porque o mundo foi comandado por um novo governo "Nova Ordem", que acredita que todos os menores de dezoito anos são suspeitos e que praticam bruxaria. Quem comanda a N.O é O Único Que É O Único, e seu objetivo é tirar tudo que faz parte da vida de um adolescente normal, livros, música, arte, comandar o mundo e desvendar todos os segredos da magia. Qualquer forma de protesto contra a N.O será punida com muita rigidez e tortura, até que a pessoa possa completar dezoito anos, e assim ser condenado a morte. A missão dos irmãos Allgood é livrar o mundo desse novo regime e resgatar seus pais desaparecidos. Mas será que eles conseguirão enfrentar a Nova Ordem, salvar todos dessa tortura e encontrar seus pais?

___________________­_____|||______________________

Temos aqui mais um livro do gênero distopia, mas um pouco diferente dos outros que estão sendo publicados atualmente, pois envolve magia, além da distopia em si. Resolvi colocar na lista de leitura depois tanto ouvir as pessoas falando sobre o mesmo, além do autor ser muito renomado – ainda que não tenha sido consagrado nesse gênero. Como uma das categorias do mês de maio do Desafio Literário 2014 era Ler um livro sobre magia, aproveitei para pegar esse. Parece que muitas pessoas se decepcionaram com a obra e detestaram a leitura. Como eu não esperava nada do livro e fui sem preconceitos, mas também sem expectativas, não me decepcionou. Obviamente é um livro infanto-juvenil, então não podemos esperar análises profundas e filosóficas e o aprofundamento em alguns temas, que poderiam ser melhor desenvolvidos, foi inexistente, mas houveram alguns pontos que achei interessantes na narrativa.

Para começar, é feita em primeira pessoa mas alternando entre dois irmãos – e já achei isso interessante, por não ser um casal de namorados, ou de potenciais namorados, mas sim irmãos, com todos os comportamentos comuns entre dois irmãos. Como o apelido deles é bem parecido, no início achei bem confuso e precisava pensar para lembrar quem era With e quem era Whisty. Mas quando o nome completo deles apareceu – Wisteria e Withford – ficou bem mais fácil lembrar e o problema acabou, a leitura fluiu melhor. Os dois são bem divertidos, com as tiradas estilo “piada ruim” e suas ironias, mesmo quando não convém. Ainda que pareçam ser um pouco imaturos para a idade, conseguiram me cativar.

Os capítulos são bem curtos – já falei aqui diversas vezes que gosto disso, acho que dá um ritmo bom à leitura. Pode ser um bom livro para conquistar novos leitores, jovens. Quem está começando a ler e já começa com livros que contenham capítulos intermináveis, pode se assustar e acabar parando antes de adquirir o hábito da leitura.

Considerando que foi o primeiro de uma série, não tivemos muitas das explicações pelas quais esperávamos e a magia mesmo foi bem sutil. Espero que nos próximos livros a magia esteja mais presente, uma vez que é o tema do livro.

Após serem presos acusados de bruxaria, os dois irmãos descobrem que realmente têm alguns poderes meio estranhos e começam a acreditar na tal acusação – que a principio acharam completamente descabida. O novo governo, ou Nova Ordem, é uma ditadura que pretende acabar com tudo que é cultural no país, como música, livros, filmes, todo e qualquer tipo de arte. Tal e qual todas as ditaduras que já existiram nesse mundo, pessoas são presas sem direito a defesa, outras tantas estão desaparecidas e a tortura é procedimento corriqueiro. Os principais suspeitos são as pessoas com menos de 18 anos, todos potencialmente perigosos. É impressionante o sangue frio dos personagens para matar e torturar crianças, mas acredito que isso também acontecia nas várias ditaduras por esse mundo.

Vi tantas pessoas estranhando esse tipo de regime totalitário “em pleno século XXI”, mas acho que os autores dessas resenhas esqueceram que ainda existe esse tipo de governo em alguns lugares do mundo. Sim, “em pleno século XXI”.

Acho que minha  maior reclamação ao livro é o vilão. Apesar de todas as torturas e comportamentos hediondos, achei o vilão em si muito fraco. O Único Que É O Único não desperta o terror que deveria – pelo menos, não no leitor. Não sei se ficou claro. É aterrorizante ser sequestrado e passar por todos os tipos de tortura infligidos pelos Únicos – cada qual em sua função – mas quando você lê isso acontecendo, nhé. O Único Que É O Único parece mais um garoto mimado que manda os valentões baterem em quem não o obedece.

Resumindo... dá pra passar o tempo. Não compraria o livro, mas não achei ruim como muitas pessoas acharam e, para mim, valeu a pena ler. Só não espere nada adulto ou muito maduro, senão vai se decepcionar.

Samy =)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...