Título: A Abadia de Northanger
Título
original: Northanger Abbey
Autor:
Jane
Austen
Ano
de lançamento: 1817
Ano
de lançamento no Brasil: 2011 (pela primeira vez em 1944)
Editora: BestBolso
Número
de páginas: 256
Sinopse oficial:
Catherine Morland é porventura a mais estúpida das
heroínas de Austen. A própria insistência no termo “heroína” ao longo da obra e
a constatação recorrente do quão pouco este epíteto se adequa à personagem
central fazem parte da carga irónica da história. E se Catherine é ingénua para
lá do que seria aceitável, e o seu amado Henry a personificação de todas as
virtudes masculinas mais do que seria saudável, a perfídia dos maus da fita -
amigos falsos, interesseiros e fúteis – não lhes fica atrás no exagero. Tudo
isto seria deveras irritante não fora o tom divertido com que Austen assume ao
longo das duas partes que constituem este livro o quão inverossímeis são as
suas personagens…
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Aproveitei
o mês de junho do Desafio Literário do Tigre para ler Jane Austen! O tema desse
mês era “Autores queridos: Em junho, escolha um livro de um autor que
você ama e que seja inédito para você. Se dê a felicidade de ler alguém que
você gosta!” Não é segredo
nenhum que os romances históricos estão entre meus gêneros literários
favoritos, certo? E Austen é a autora de um dos meus livros favoritos, Orgulho
e Preconceito. Apesar disso, li pouquíssimo dela até hoje – apenas dois dos
vários livros que escreveu. Sendo assim, decidi ler A Abadia de Northanger,
que tinha comprado em uma promoção no submarino ano passado.
O estilo de escrita da autora está bem diferente nesse romance. Me lembrou o jeito de escrever de
Lemony Snicket em Desventuras em Série.
Calma, não estou comparando um escritor com outro nem seu estilo de escrita –
muito menos o tipo de literatura. O que estou apontando é a forma como Jane
Austen parece conversar com os leitores em alguns momentos do livro, da mesma
forma que Lemony Snicket faz. Outra semelhança é a narrativa coalhada de
ironias, sarcasmos e referências a outros autores.
Outro ponto
interessante é que a autora defende os romances com unhas e dentes, seja nessas
conversas com o leitor, seja nos diálogos entre os personagens. Os romances
eram tidos como um tipo de literatura inferior, em sua época. Homens que se
prezassem não liam romances e não se interessavam por mocinhas que tivessem
essa preferencia literária. Na verdade, era motivo de vergonha ser pega lendo
um romance. Jane Austen quer mostrar que isso é uma completa besteira. E que é
ridículo os próprios autores dos romances ridicularizarem os personagens de
outros autores do mesmo gênero literário.
Austen,
nesse que foi seu primeiro romance escrito, ainda que publicado postumamente, também
faz uma crítica, parodiando os romances góticos muito em voga na sua época, com
mocinhas frágeis, vilões assustadores, castelos mal-assombrados e heróis super
determinados. Por causa dessa intenção de parodiar, sua heroína não tem nenhuma
das características encontradas nas heroínas que se prezassem na época. Não é
especialmente bonita, nem muito inteligente e foi uma criança feia e “moleca”. Quando
cresceu, pegou o gosto por livros e passava grande parte do tempo lendo os tais
romances góticos. A família não é pobre, não passou por nenhuma tragédia, elas
não vão perder a propriedade quando o pai morrer e a mãe não é nenhuma tapada –
não se preocupem, nenhum spoiler aqui. É só uma família comum, com integrantes
comuns. Os outros personagens também são extremamente caricatos, como os cansativos
irmãos John e Isabella. E não podemos esquecer do mocinho Henry Tilney, com o
qual é impossível não se apaixonar devido a seus modos divertidos e jeito leve
de levar a vida. A heroína – e a autora faz questão de nos lembrar o tempo todo
que, apesar da improbabilidade disso, ela é sim nossa heroína – é uma garota honesta, muito ingênua e que
acredita que todo mundo é bom, ou pelo menos que merece esse crédito até provar
o contrário.
Quando ela
é convidada para passar uma temporada na Abadia Northanger, já vai predisposta
a amar o local e pronta para se assustar com tudo, como mandam os romances
góticos, que são seus favoritos! Ela realmente tem uma imaginação muito fértil
que prega peças e a leva a situações deveras constrangedoras. Acho que isso foi
determinante para eu me apegar bastante a ela, não perguntem porque!
O início do
livro é um pouco devagar – apesar de eu ter gostado desse início mais lento – e
depois vai ficando mais e mais interessante até você não conseguir largar o
livro até terminar.
Não pegou o
posto de meu favorito da autora, mas certamente foi uma leitura que valeu a
pena! Jane Austen sempre vale. Recomendo!
Samy =)
Não gostei muito dos dois livros da Austen que li, mas esse aí parece bem diferente e divertido. Acho que vou dar uma chance a ele. :)
ResponderExcluirEi Ligia! Dá uma chance sim! Eu sou suspeita, mas acho que Jane Austen sempre vale a pena! Quem sabe com esse a autora não sobe no seu conceito? ;)
ExcluirJá li uns quatro romances de Jane Austen, mas só gostei um pouco de Orgulho e Preconceito. Não tiro o mérito histórico dos livros dela, até gosto das histórias, mas algo na escrita dela me incomoda. Talvez essa coisa que incomoda seja o que, algum dia, eu venha a apreciar, mas por enquanto ainda incomoda. Acho que vou dar mais uma chance a ela lendo este livro. Na sua resenha, ele me pareceu bem divertido.
ResponderExcluirIh, pelo visto Jane Austen não tá com muito crédito entre os leitores aqui do blog não! hehehehe
ExcluirEspero que se dê melhor com esse Marina! Gosto tanto da autora que adoro quando outros leitores acabam curtindo também!