Resenha: Alma e Sangue: O Despertar do Vampiro – Nazarethe Fonseca

Título: Alma e Sangue: O Despertar do Vampiro

Título original: Alma e Sangue: O Despertar do Vampiro

Autor: Nazarethe Fonseca

Ano de lançamento no Brasil: 2005

Editora: Novo Século

Número de páginas: 432

Skoob

Sinopse oficial:

Um vampiro desperta em São Luís, num casarão abandonado, e apaixona-se pela restauradora do imóvel. A partir daí a história se desenvolve num vaivém amoroso. Intrigas, falsidade, poder, vingança; tudo em nome do amor. Os personagens centrais são fortes, decididos, seja para o bem ou para o mal, dando o toque de suspense e de reviravolta nas tramas. A autora narra os encontros e desencontros de Jan Kmam e Kara Ramos através dos séculos. As surpresas e as ironias da vida. O amor e o ódio caminhando juntos. A tentativa de Kara de fugir de um destino já traçado.

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Esse ano dei uma aumentada significativa na minha estatística de livros nacionais lidos. Alguns deles ficaram entre os melhores do ano até o momento. Fico muito feliz com isso, em ver que não só os autores de fora podem fazer um trabalho de qualidade. Esse livro eu escolhi para o Desafio Literário pois deveríamos Ler um livro que contivesse a palavra “alma” ou no título ou no nome do autor. Confesso que não foi uma ampla gama de opções que encontrei, mas não achei de todo ruim a escolha, antes de começar a ler. Como não havia lido nada da autora antes e nem resenhas a respeito do livro, fui sem expectativas, pronta para ser surpreendida – ou não.

O início me cativou bastante, com a apresentação dos personagens. A ação e emoção não tardou a aparecer, com o surgimento de Jan Kmam. Os personagens foram bem construídos e têm personalidade forte. Isso não significa que todos sejam adoráveis ou que eu tenha me afeiçoado a eles.

A vida da restauradora Kara Ramos vira de pernas para o ar ao acordar inadvertidamente um vampiro com séculos de existência – e que dormia há mais de 100 anos. Temos alguns vislumbres de sua vida até então e conhecemos seus amigos e familiares. Somos colocados a par das tragédias acontecidas em sua vida e conseguimos entender um pouco o porquê de ser tão apática e sem vontade viver.

Até certo momento, estava achando Kara insuportável. Muito instável para o meu gosto. Em um minuto odiava Kmam, no outro não conseguia ficar longe dele. Depois de certo ponto, comecei a enxerga-la com outro ponto de vista. Uma humana que se apaixona por um ser estranho que ela não compreende, com poderes sobrenaturais e hábitos questionáveis. Ao mesmo tempo ela o odeia pelas coisas que pode fazer e pelo sofrimento que, as vezes, inflige a ela. Ele é um assassino cruel e frio, mas tão gentil e carinhoso em alguns momentos que a deixa confusa. Além de tudo, ela se odeia por amar algo digno de repulsa – que é exatamente o que ela sente em alguns momentos. Luta o máximo que pode para resistir à atração que sente pelo estranho francês. Apesar de não ter gostado dela, inicialmente, achei uma personagem admirável, pois é bem determinada, com opinião forte e realmente luta com garras e dentes pela sua vida ao invés de ficar sentada esperando ser salva, como vemos em tantas mocinhas por aí.

Confesso que não sabia se gostava ou não de Kmam. Só me decidi a gostar dele quando começou a tocar cravo. Nesse momento resolvi que era digno de afeição – eu amo esse instrumento! Apesar disso, é inquestionável o seu ar mandão e sua personalidade controladora. Por ter dormido mais de um século, perdeu completamente a noção de todas as evoluções tecnológicas e culturais, por isso algumas de suas observações sobre o “nosso mundo” são completamente descabidas e muito engraçadas.

O livro é narrado em primeira pessoa por Kara. No início ela nos explica que está escrevendo um manuscrito sobre sua estória com Jan Kmam. Esse manuscrito é dividido entre uma parte na qual nos é narrada a vida da própria autora e a parte que Kmam conta como se tornou um vampiro e sua “vida” desde então. Eu achei mais interessante a parte de Kmam, repleta de passagens históricas entremeadas com o enredo. Já algumas partes da narrativa da vida de Kara achei meio tediosas.

Até o meio do livro estava tendendo a dar duas estrelas, mas quando Rohan aparece mais na trama, começa a ficar mais interessante. Outro ponto que me cativou foi a estória ser passada em São Luiz do Maranhão, um local que sempre tive muita curiosidade em conhecer. Essa, definitivamente, é uma série que pretendo dar continuidade na leitura em breve. Pelo que vi em algumas resenhas, tende a melhorar! Tão logo leia a sequencia, conto aqui para vocês! Recomendo a leitura.

Samy =)