terça-feira, 20 de maio de 2014

Semana Sherlock Holmes #3 – Resenha: Um Estudo em Vermelho – Sir Arthur Conan Doyle



Título: Um Estudo em Vermelho
Título original: A Study in Scarlet
Autor: Sir Arthur Conan Doyle
Ano de lançamento: 1887 (1988 em formato de livro)
Ano de lançamento no Brasil: 1887 (achei informações desencontradas sobre a data)
Editora: Melhoramentos (li a edição completa da Agir)
Número de páginas: 120


Sinopse oficial:

O cadáver de um homem, nenhuma razão para o crime. É a primeira investigação de Sherlock Holmes, que fareja o assassino como um “cão de caça”. Lamentava-se de que “não há mais crimes nem criminosos nos nossos dias”, quando, nesse instante, recebe uma carta a pedir a sua ajuda — o cadáver de um homem foi encontrado numa casa desabitada, mas não há qualquer indício de roubo ou da natureza da morte. Sherlock Holmes não resiste ao apelo, mas sabe que o mérito irá sempre para a Polícia.

___________________­_____|||______________________

Um Estudo em Vermelho foi o primeiro livro escrito por Conan Doyle e um dos quatro romances – são eles Um Estudo em Vermelho, O Signo dos Quatro, O Cão dos Baskervilles e O Vale do Terror. Os dois primeiros contos foram escritos antes do Grande Hiato – período de 10 anos no qual o autor não escreveu sobre Sherlock Holmes após matar o detetive no “último” conto. Após frenéticos apelos dos fãs, Doyle retornou com 13 contos em O Retorno de Sherlock Holmes.

Os estórias são sempre narradas em primeira pessoa por John Watson, o médico e companheiro de aventuras de Sherlock Holmes – além de ser seu biógrafo cronista. Nesse romance de estreia, Watson nos conta como chegou a médico militar, sendo enviado para a Índia e Afeganistão, onde recebeu ferimentos de guerra. Após esse infortúnio, foi enviado de volta a Londres para recuperar sua saúde. Somos colocados à par, então, de como ele conheceu o brilhante detetive, quando começam a dividir o famoso apartamento no 221B da Baker Street.

Watson acompanha Holmes pela primeira vez em um caso – de certa forma, foi ele quem motivou o detetive a se envolver nesse caso em específico. E a partir daí, de cético, começa a se mostrar impressionado com as capacidades dedutivas do “detetive consultor”, como ele autodenomina. Essa admiração por parte de Watson não diminuiu no decorrer dos anos de amizade. Vez ou outra o médico se mostra espantado por alguma habilidade de seu amigo.

Nesse primeiro romance, vemos uma particularidade, que é uma estória paralela à da investigação em si. Quando o caso é solucionado, somos transportados aos EUA, para entender as motivações do “criminoso”. Acompanhamos a estória dele – narrada em terceira pessoa – até certo ponto. A partir daí as duas linhas se encontram e a narrativa segue o habitual. O interessante é que nos leva a pensar até que ponto é aceitável cometer um assassinato. É aceitável em ALGUM caso? Mesmo que suas motivações sejam as mais justas? Essa é uma resposta bem difícil de ser dada. Temos um vislumbre também das consequências do fanatismo. É indiscutível que toda e qualquer forma de fanatismo é danosa. Nessa estória o foco é o religioso. Até que ponto as pessoas chegam usando como desculpa a religião. E o quanto elas distorcem os ensinamentos para benefício próprio.

Gosto muito desse livro, pois além de sermos apresentados ao Sherlock, o mistério é muito bem desenvolvido, a escrita de Conan Doyle é arrebatadora e não te deixa largar as páginas. Apesar de muitas pessoas acharem Holmes chato e arrogante, eu não penso desse modo. Sempre gostei muito do seu jeitão peculiar e meio excêntrico. Indiscutivelmente, ele é um gênio do raciocínio lógico e dedutivo e sabe disso. Acho que todos que são brilhantes e o sabem, se tornam um pouco arrogantes – uns mais que outros. Nunca achei o nível de arrogância dele maior que o aceitável. Outra reclamação recorrente – creio que mais especificamente com essa obra – é a forma que foi apresentada, dividida em duas partes. Não me causou estranheza nem confusão, ao contrário, achei interessantíssima essa forma de exposição.

Gostaria de esclarecer aqui também que Holmes, em nenhum dos romances ou contos, proferiu a famosa expressão “Elementar, meu caro Watson”. Ele fala diversas vezes “Meu caro Watson” e algumas o “elementar”, mas, essas palavras, em nenhum momento, estiveram juntas para formar a expressão acima. Aí você se pergunta como, então, essa frase ficou tão conhecida e virou o jargão do detetive. Na verdade, ela apareceu primeiro em uma peça de teatro – ou filme, muitas informações são desencontradas – baseada em Sherlock Holmes, e não nas obras de Conan Doyle. Depois disso, foi utilizada em diversas adaptações e se tornou tão conhecida quanto o detetive em si.

Obra recomendadíssima.



Samy =)

2 comentários:

  1. Só postando pra dizer que eu nao vou ler porque eu acho que esse eu ainda nao li!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Num soltei spoiler não! Mas se vc não quer saber NADA, melhor não ler msm! hehehehe

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...