Não sei se vocês viram pelas redes sociais afora - sobretudo twitter e pages do facebook - mas essa semana está acontecendo um movimento social intitulado Agora é Que São Elas. O que significa? Significa que vários homens pró-feminismo irão abrir as portas dos seus espaços virtuais - e na TV em alguns casos - para as mulheres.
Porque surgiu essa ideia? Apesar de o movimento feminista ter crescido muito e mais e mais pessoas passarem a se considerar feministas ou pró-feministas, está havendo um grande retrocesso no Brasil.
Existem projetos de lei já aprovados em algumas instâncias que mostram esse retrocesso.
Um bom exemplo é o PL 5069 que visa dificultar o atendimento pelo SUS a mulheres que sofreram violência sexual - dificultar o recebimento de pílulas do dia seguinte, de atendimento médico, acesso ao aborto legal e seguro - sendo que a maioria dos casos não é denunciado. As mulheres sentem vergonha, mesmo sendo as vítimas. E agora querem dificultar ainda mais o pedido de ajuda.
Agora o PL 236 pretende abaixar de 14 para 12 a idade de consentimento para atividades sexuais. Desde quando uma criança de 12 anos tem capacidade de consentir ou não com o sexo com um adulto??
Há uns 15 dias, diversos acontecimentos chocantes culminaram com a campanha
#MeuPrimeiroAssédio, no twitter. Diversas mulheres contaram suas primeiras experiências com o assédio sexual. A média de idade contabilizada de acordo com os relatos foi de 9,7 anos. Chocante não? Para algumas pessoas, nem tanto assim. E o pior de tudo foram os comentários machistas respondendo a esses relatos. Mulheres se expondo, contando o que viveram, traumas que ficam para o resto da vida e "homens" fazendo chacota.
Esses são alguns exemplos dos retrocessos que temos vivido no Brasil. Alguns atingem especificamente as mulheres e outros atingem outras minorias.
Pensando nisso e nos movimentos feministas que têm crescido, surgiu o Agora é que são elas. Nas palavras da própria Manoela Miklos, uma das idealizadoras... "Muitos homens que têm acesso a meios de comunicação e espaços de fala garantidos – verdadeiramente emocionados diante desse momento e solidários nesse movimento de empoderamento – têm vontade de escrever sobre o tema. [...] surgiu, com a ajuda de muitxs e bons, a iniciativa #AgoraÉQueSãoElas: uma semana de mulheres ocupando os espaços masculinos de fala. Homens convidam mulheres para escrever no seu lugar e se colocam nesse lugar do ouvinte. Dando voz e vez a uma mulher. Reconhecendo a urgência da luta feminista por igualdade de gênero e o protagonismo feminino nesta luta."
O movimento terá voz de hoje (02/11/2015) até o fim da semana! Alguns textos já foram postados hoje. O Sakamoto deu voz às meninas do Think Olga, Juliana de Faria e Luíse Bello. O Juca Kfouri deu voz à Camila Kfouri. Gregorio Duvivier deu voz à própria Manoela Miklos. Marcelo Tas abriu seu Papo de Segunda no GNT. A Vanessa Rodrigues está no Blog do Moreno, n'O Globo.
Durante a semana mais e mais textos serão lançados! Se você tem interesse em abrir espaço a alguma mulher, diga!
"Você, homem, escolhe uma mulher e [abre] a ela o seu espaço de fala. Pode fazer uma breve introdução explicando o gesto de ouvir ao invés de falar, se for necessário. Use o hashtag.
Importantíssimo: na escolha das mulheres, pense na diversidade. Mulheres negras, de comunidades vulneráveis, mulheres trans, mulheres que têm ainda mais dificuldade de acesso aos meios de comunicação e muito, muito o que dizer. Podemos ajudar nessa escolha se você quiser, amigo. Conte com a gente."
Samy =)
Sensacional esse movimento!!
ResponderExcluirMuito massa seu post, Samy, vamos divulgar mais e mais ações como estas e continuar na luta para impedir estes retrocessos! Vamos caminhando porque o percurso é longo!!
#AgoraÉQueSãoELAS