segunda-feira, 6 de junho de 2016

Resenha: Meu Primeiro Assassinato – Leena Lehtolainen

Título: Meu Primeiro Assassinato
Título original: Ensimmäinen murhani
Autora: Leena Lehtolainen
Ano de lançamento: 1993
Ano de lançamento no Brasil: 2013
Editora: Vertigo/Vestígio
Número de páginas: 224


Sinopse skoob:

Depois de alguns anos na polícia federal, onde a rotina de autuações e interrogatórios de pequenos delinquentes a entedia, Maria Kallio retoma seus estudos na faculdade de Direito. Mas sente falta da ação e acaba aceitando substituir um colega no departamento policial de Helsinque. Assim começa sua primeira investigação criminal: um jovem, que passava um fim de semana na casa de seus pais em companhia de sete outros membros de um coral, é encontrado morto, afogado. O culpado só pode ser alguém do grupo. Mas quem? Maria interroga um a um. Sua tarefa é árdua: ela conheceu a vítima e alguns dos suspeitos quando era estudante. E tem a mesma idade deles, o que não a torna muito convincente como inspetora neste caso. Além disso, todos tinham boas razões para detestar a vítima: um jovem rico, talentoso, bem-sucedido e conquistador.

 
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Esse Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros é bem legal porque te faz abrir a cabeça e conhecer livros e autores que você não conheceria caso não estivesse procurando países diferentes – eu pelo menos não conheceria, já que as vezes sou meio acomodada.

Foi com muita animação que peguei para ler Meu Primeiro Assassinato, da autora finlandesa Leena Lehtolainen. O primeiro livro dela foi escrito e publicado quando tinha apenas 12 anos de idade, mas esse não foi traduzido para o português. O primeiro da autora que chegou por aqui foi esse que trouxe para vocês hoje, sendo o primeiro de vários com a personagem Maria Kallio. Uma segunda obra da autora já foi publicada em português, Mulher de Neve, tendo a mesma policial como protagonista.





Dizer que eu amo a Finlândia não é nenhum exagero, então eu estava bem empolgada com a literatura de lá, já que não conhecia nada a esse respeito. Romance policial para mim é sempre uma boa pedida e é bem raro eu me decepcionar. Além disso a investigadora é uma mulher – e a obra foi escrita por uma mulher – então eu realmente esperava que fosse uma personagem interessante e bem construída.

Infelizmente, nem tudo são flores e eu me decepcionei bastante aqui.

O livro foi escrito em primeira pessoa, todo narrado por Maria Kallio, uma moça bem jovem que acabou de ingressar na polícia de Helsinki após um tempo estudando Direito.

Eu esperava uma investigadora boa de serviço e pronta para me impressionar, mas ao invés disso encontrei uma menina muito jovem e tão iniciante na vida de investigadora criminal que às vezes parecia uma amadora. Obviamente as pessoas começam de algum lugar, certo? Então mesmo os bons investigadores já foram inciantes um dia. Mas o que não me convenceu aqui foi uma investigadora tão obviamente "iniciante" conduzir sozinha uma suspeita de assassinato em um país no qual os assassinatos são bem parcos. Acho que isso foi o que mais me incomodou no livro. Acabou deixando a investigação cheia de enrolação sem propósito. Teria sido bem mais interessante colocar a protagonista acompanhando alguma investigadora mais experiente e nos livros posteriores ela já sozinha e mais segura de si e de suas capacidades.




Essa também foi a primeira vez que li um livro policial narrado em primeira pessoa – que eu consiga me lembrar – e posso dizer que não gostei. Em terceira pessoa fica mais abrangente, o leitor não está dentro da cabeça do investigador a todo momento e não sabe as besteiras e idiotices que ele pensa até ter alguma ideia realmente aproveitável. A todo momento Kallio parava de focar no crime e começava a focar na sua vida amorosa, nas suas escolhas profissionais, e coisas afins. Ok, isso faz parte do personagem, ele não é unidimensional, apenas focado no crime que está trabalhando, mas em muitos momentos essas divagações ficavam chatas e você não via um porquê, além de acontecerem em momentos bem inapropriados, vez ou outra.

Um ponto que desagradou muitas pessoas foi o fato de o título dar a entender que iríamos acompanhar um assassino em seu primeiro assassinato e não uma primeira investigação de assassinato do investigador. Eu não tinha pensado por esse lado, então não fiquei frustrada nesse ponto específico, mas se você estava pensando que iria encontrar um livro sanguinário e acompanhar a vida de um assassino, pode ir mudando esses pensamentos para não se decepcionar.




Algumas discussões sobre sexismo e o preconceito com a investigadora foram de fato muito interessantes – e era exatamente o que eu achava que iria encontrar no livro – mas foram pouco aproveitadas e muito rasas. A autora poderia ter aproveitado a oportunidade para uma discussão mais coesa e realmente chamar a atenção para um problema complicado. Mesmo assim foi o que salvou um pouco o livro para mim.

Sobre a edição, não entendi bem o fato de terem optado por traduzir algumas coisas, como Helsinki para Helsinque, e não traduzir outras, como Lapland para Lapônia e blueberry para mirtilo. Por duas vezes tive certeza que o nome dos personagens estava trocado na tradução (Jyri no lugar de Antii, por exemplo) mas fora isso não achei muitos erros de digitação e a edição, embora sem orelhas, estava caprichada. A capa me agradou bastante e a editora seguiu o mesmo padrão na segunda publicação – adoro quando fazem isso.




Para um livro tão curto, a leitura não foi tão rápida e fluida. Como um policial, decepcionou bastante. Sendo apenas a terceira publicação da autora – com uma longa carreira após esse livro – dá para compreender esses problemas e sigo na vontade de ler outras obras dela. Espero gostar mais do próximo!


Samy =)

2 comentários:

  1. Poxa... Imaginei que o livro era muito bom :/ Mas pelo menos já estou vacinada contra expectativas em excesso.
    Esse título realmente dá a entender que se trata de um enredo em torno de um assassino cometendo seu 1º crime. Confesso que antes mesmo de ler a resenha eu esperava algo assim.
    Gosto muito de romances policiais mas pelo visto esse não é bem assim tudo isso. Sobre a investigadora: normalmente os iniciantes trabalham acompanhando outros investigadores, certo? Acho estranho uma investigadora que está começando pegar um crime assim sozinha.
    Apesar disso, é um livro que eu daria uma chance um dia. Quem sabe minha conclusão seja diferente da sua, né?
    Abraços!
    Venha para o Lado Escuro 💀

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    Respostas
    1. Pois é, o título foi bem enganoso mesmo! Eu acho bacana mostrar uma investigadora em início de carreira, mas ela sozinha e tão inexperiente ficou meio forçado. Pretendo continuar lendo os livros dela, tomara que a autora amadureça nos próximos! :D

      Fico na torcida pra você gostar desse! <3

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