sábado, 16 de agosto de 2014

Resenha: O Menino do Pijama Listrado – John Boyne


Título: O Menino do Pijama Listrado
Título original: The Boy in the Striped Pyjamas
Autor: John Boyne
Ano de lançamento: 2006
Ano de lançamento no Brasil: 2007
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 192


Sinopse oficial:

Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

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Eu enrolei enormemente para ler esse livro. O motivo? Não sei. Já fazia muito tempo que eu queria ler algo do John Boyne, já que escuto – e leio – coisas muito boas a seu respeito. Além disso, eu gosto muito de ler sobre o holocausto e o nazismo. É uma parte importantíssima da nossa história que não pode ser esquecida jamais. A cada vez que descubro algo novo sobre o assunto fico mais impressionada em como o ser humano pode se degradar e como temos a enorme capacidade de fazer o mal. Por isso acabei pegando O Menino do Pijama Listrado para “estrear” o autor.

Dessa vez, a estória é contada pelo ponto de vista de uma criança. Não uma criança madura, quase adolescente. Bruno é realmente uma criança, com mentalidade de uma criança. Além disso, uma grande diferença dessa para outras obras sobre o holocausto é que ele está “do outro lado”. Nesse livro, estamos dentro da casa de um militar nazista. No auge dos seus 9 anos, o garotinho é obrigado a sair da mansão em que mora e ir para Haja-Vista, um lugar desolado, que não tem crianças para brincar com ele e que fica longe de onde moram seus melhores amigos de toda a vida. Ele reclama, briga, mas nada convence os pais a não se mudarem de Berlim.

Chegando na casa nova, ele descobre que tem várias pessoas vivendo ali, mas ficam do outro lado de uma cerca. E tem muitas crianças! É tudo muito injusto. Porque todas aquelas crianças do lado de lá da cerca, mas nenhuma do lado de cá para brincar com ele? E porque ele não pode ir lá para brincar com elas?

O que mais chama a atenção na obra é a inocência de Bruno – talvez o retrato da inocência das crianças em geral, envolvidas na guerra? – sem entender o que o pai fazia e porque ele não era permitido a interagir com aquelas pessoas que usam todas a mesma roupa e são todas carecas. Ele não entende porque o Fúria, mandou o pai para Haja-Vista, mas tem certeza que só pode ser um castigo.

“Não entendo por que não podemos ir ao outro lado. O que há de errado conosco a ponto de não podermos ir até o outro lado da cerca e brincar?”

Finalmente, em uma de suas explorações, ele encontra Shmuel. Contrariando todas as recomendações, e apesar de virem de mundos completamente diferentes, eles ficam amigos e essa amizade acaba sendo um escape para os dois – principalmente para Shmuel, já que o único problema que Bruno tem é o tédio.

Achei a escrita de John Boyne bem interessante, e sei que justamente esse fator, que achei bem criativo, incomodou muitos leitores mais maduros, mas tentei pensar que era um garotinho de 9 anos pensando, então achei apropriado – mesmo sendo narrado em terceira pessoa. Acredito que ele consiga chamar a atenção de algumas crianças para o holocausto, de forma bem sutil, suave, apesar do final impactante. Muitas vezes, apesar do tema pesado e nem um pouco engraçado, eu me diverti com algumas passagens, graças à escrita leve do autor. Apesar disso, eu esperava um maior desenvolvimento, principalmente perto do fim. Parece que ficou meio corrido e que o autor queria terminar antes de chegar às 200 páginas. Mesmo assim gostei muito do desfecho.

Se você gosta do tema, não perca tempo e vá logo ler o livro! Mas tenha em mente que o enfoque maior é na vida de Bruno e não nos judeus. Recomendo!



Samy =)

2 comentários:

  1. Adoro esse livro, especialmente pelo narrador infantil e ingênuo. :)

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    Respostas
    1. Pois é Lígia, isso foi o principal que me cativou no livro tbm!

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