Resenha: Desaparecida – Catherine McKenzie

Título: Desaparecida

Título original: Forgotten

Autora: Catherine McKenzie

Ano de lançamento: 2012

Ano de lançamento no Brasil: 2014

Editora: LeYa

Número de páginas: 320

Skoob

Sinopse (leia por própria conta e risco):

Emma Tupper não existe mais. E por que não, então, inventar uma nova Emma Tupper?

Quem nunca sonhou em recomeçar a própria vida do zero? A jovem advogada Emma Tupper se vê diante dessa oportunidade quando volta para casa, após passar seis meses desaparecida na África. Surpresa, percebe que todos acreditam que ela estava... morta.

Emma descobre que sua antiga vida foi apagada. O apartamento onde vivia acaba de ser alugado para um novo inquilino, o misterioso fotógrafo Dominic. No escritório de advocacia, no qual construía uma carreira brilhante com chances de concorrer ao cargo de sócia, sua rival Sophie se apossou não só de seus clientes e de sua sala, mas também de seu namorado, Craig.

Enquanto tenta resolver o caos no qual seu mundo se transformou, Emma se questiona: ela era feliz antes de sua viagem à África? Tinha valido a pena se sacrificar tanto em nome do trabalho? Amava Craig de verdade? Queria mesmo ter aquela vida de volta? Romântico e espirituoso, Desaparecida revela a envolvente trama de uma mulher à procura de si mesma.

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Assim que li a sinopse desse livro fiquei com muita vontade ler. Sabe aqueles casos de interesse à primeira vista? A capa me chamou atenção – com exceção da fonte/disposição do título. A sinopse era muito convidativa e eu estava em um momento que queria uma coisa mais real e madura, ou seja, nada de fantasia e nada de young-adult ou infanto-juvenil no momento.

Para começar, a moça se perde na África. Esse continente tão pouco visitado exerce um grande fascínio na maioria dos apaixonados por viagens como eu. Fauna e flora diferentes do que temos aqui, mesmo também sendo um continente tropical como o nosso. Desertos à perder de vista. Cultura interessantíssima, mesmo seu povo passando por todas as dificuldades mais inimagináveis.

A estória realmente começa quando Emma volta e se vê em uma situação deveras complicada, já que foi dada como morta e sequer tem onde morar.

A narrativa é feita em primeira pessoa por Emmaline. Nem sempre uma narração em primeira pessoa se encaixa tão bem em um livro como nesse caso. Emma foi quem desapareceu e em torno de quem toda a estória acontece. A narração em primeira pessoa nos permitiu mergulhar no mundo e nos sentimentos de Emma mais profundamente do que uma narração em terceira pessoa permitiria. Nós presenciamos seu sofrimento, sua confusão.

Em meio à tentativa de reorganizar sua vida, somos levados de volta à África em flashbacks que explicam o que aconteceu com ela durante o tempo de desaparecimento e nos explica porque foi parar lá, sendo que estava quase sendo promovida a sócia na empresa em que trabalhava.

Os personagens são bem cativantes, a começar por Emma – que às vezes me dava vontade dar uma sacudida, mas no geral era bem coerente e dava para entender facilmente seus surtos de loucura. Alguns personagens secundários que merecem destaque são os rapazes da Brigada das Iniciais. Eles ajudam Emma no decorrer da trama e dão um excelente toque de humor à narrativa. Steph também é uma moça encantadora e a melhor amiga que qualquer uma gostaria de ter.

Acaba que a estória de Emma não é o único foco do livro, já que acompanhamos um pequeno mistério envolvendo o roubo de um quadro e uma leve investigação para tentar solucionar o tal sumiço. Isso dá uma quebrada no drama da vida de Emma e nos faz ficar mais curiosos com a estória em geral, mas não se preocupem que não é nada jogado e se encaixa perfeitamente ao restante da trama.

Não se engane com a palavra “drama” acima. O livro não é excessivamente dramático, puxando mais para o lado reflexivo. Emma se vê obrigada a refletir sobre muitos aspectos da sua vida, ao invés de simplesmente ficar acomodada como estava antes.

Será que muitas coisas na nossa vida deixamos como estão por puro comodismo ou porque estamos realmente satisfeitos com aquilo? Eu mesma cheguei em uma fase da minha vida que tenho pensado muito nisso. No fim das contas eu gostei muito mais do livro do que imaginei que iria gostar. Recomendo!

Samy =)